sexta-feira, 13 de abril de 2018
«SERRÃO»
Lugre de bandeira portuguesa. Pertenceu, primitivamente, ao armador Manuel Pereira Serrão e foi matriculado no registo da capitania do porto de Lisboa, cidade de onde o seu proprietário era originário. A construcção deste navio de 3 mastros foi dada como pronta em fins do ano de 1916, pelo estaleiro de José da Silva Lapa, de Vila Nova de Gaia. Este veleiro apresentava uma arqueação bruta de 221,25 toneladas e media 35,10 metros de comprimento ponta a ponta por 8,40 metros de boca e por 2,80 metros de pontal. Quando foi lançado à água, navegava com 7 tripulantes colocados (entre 1916-1917) sob o mando do capitão ilhavense Manuel Pereira Ramalheira. Concebido para viagens de longo curso, o «Serrão» teve vida curta nas mãos do seu primeiro dono, pois cedo foi vendido (talvez devido aos perigos incorridos pela navegação -portuguesa, nomeadamente- durante a Grande Guerra) à empresa portuense J. Mourão & Companhia; que lhe mudou o nome para «Guadiana» e que transferiu (em 1917) o registo do navio para a Cidade Invicta. Foi afundado, no dia 5 de Março de 1917, pela guarnição do submarino «UC-44» -comandado pelo capitão Kurt Tebbenjohanns- por meio de explosivos e cargas incendiárias, no canal de Bristol, Reino Unido. O navio português carregava madeira da foz do rio Douro para Cardiff. Não temos notícias sobre a sorte da tripulação do malogrado lugre. Mas presumimos que se tenha salvo, pois a destruição de um navios em tais circunstâncias era, quase sempre e nos piores momentos do conflito, precedida por uma ordem de evacuação dos tripulantes. Nota : a imagem anexada não representa o navio em apreço; mas, isso sim, a de um congénere (não-identificado) do seu tempo.
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