domingo, 18 de março de 2018
«COMPIÈGNE»
Este 'car-ferry' (o primeiro do seu tipo realizado em França) foi construído em 1957/58 nos estaleiros de Grand Quevilly, então explorados pela empresa Chargeurs Réunis Loire-Normandie. Era um navio com 3 400 toneladas de arqueação bruta, medindo 115 metros de longitude por 18,35 metros de boca, capaz de transportar 1 000 passageiros e 164 viaturas ligeiras. Podendo estas ser (em parte) substituídas por autocarros e por outros veículos pesados. O «Compiègne» navegava graças a 2 máquinas diesel, que desenvolviam 9 000 cv de potência, força que lhe imprimia uma velocidade de cruzeiro de 20 nós. Este navio foi concebido para operar no mar da Mancha, entre os portos franceses da região norte e a cidade inglesa de Dover. Nesses trajectos (de Boulogne, Calais e Dieppe para o outro lado do canal), o «Compiègne» realizou, até 1980, nada menos do que 22 712 travessias. Estava dotado com todos os requisitos de conforto, equipado nomeadamente com amplas salas para os passageiros, restaurantes, bares, lojas e lugares de diversão. Depois de ter servido os seus primeiros armadores -a Société Anonyme de Gérance et d'Armement (SAGA) e a Société Nationale des Chemins de Fer (SNCF)- sem incidentes dignos de menção, este navio deixou águas franco-britânicas para adoptar várias outras bandeiras, vários outros nomes e as cores de vários outros armadores. Assim, em 1981, foi parar às mãos de uma companhia helénica (a Strintzis Line), que lhe deu o nome de «Ionian Glory» e sob as cores da qual navegou entre Brindisi e os portos de Corfú e Patras. Em Dezembro de 1983, o ex-«Compiègne» foi afretado pela O.N.U., para evacuar 4 000 Palestinianos de Tripoli (Líbano) e levá-los a diferentes destinos : Iémen, Tunísia e Argélia. Depois disso, usou bandeiras cipriota, maltesa, sueca, saudita, hondurenha; chamando-se, alternativamente, «Queen Vergina», «Freedom I», «Katarina», «AL Ameera» e «Alamira». Não existem registos (ao que sabemos) sobre os seus derradeiros anos de actividade e sobre o seu fim.
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