sexta-feira, 30 de março de 2018
«ABRAHAM CRIJNSSEN»
Draga-minas da marinha real neerlandesa, que operou nos mares índicos durante a Segunda Guerra Mundial. Foi construído, em 1936, nos estaleiros da Werf Gusto, de Schiedam, nos Países-Baixos. Era um navio da classe 'Jan van Amstel', que deslocava 525 toneladas e media 56 metros de comprimento por 7,60 metros de boca. O seu calado não ultrapassava os 2,10 metros. O seu sistema propulsivo, alimentado a gasóleo, desenvolvia 1 690 ihp, força que lhe conferia uma velocidade de cruzeiro da ordem dos 15 nós. O «Abraham Crijnssen» (assim baptizado em honra de um ilustre marinheiro holandês do século XVII) estava armado com 1 peça de artilharia de 76 mm e com 2 outras de 20 mm. A sua guarnição era constituída por 45 oficiais, sargentos e praças. Antes a invasão nazi dos Países-Baixos, este navio foi enviado para as Índias Orientais (a actual Indonésia), para participar na defesa daquele território em caso de ataque dos japoneses. O que viria a acontecer. Em 1941-42, rapidamente submergidas pelo poderio naval (e aéreo) japonês, várias unidades da armada batava estacionadas em Java tentaram uma fuga desesperada para alcançar portos amigos, nomeadamente australianos. Nenhuma delas conseguiu fazê-lo, à excepção, porém, do pequeno navio em apreço. E isso, graças a um curioso estratagema montado pelo seu capitão. Que consistiu em transformar o seu draga-minas numa 'ilha exótica', eriçada de palmeiras e de outra vegetação tropical; e que, mercê dessa camuflagem, conseguiu enganar a vigilância apertada dos nipónicos. Assim disfarçado, o «Abraham Crijnssen» passava os dias acostado a uma das muitas ilhas da região, só navegando depois do sol posto. O navio atingiu a Austrália em data indeterminada de 1942 e foi integrado na armada local (RAN), para a qual cumpriu várias missões. Tendo sobrevivido conflito, o «Abraham Crijnssen» foi desclassificado pelos australianos e remetido para os Países-Baixos; onde, depois de ter servido para o treino dos cadete da armada neerlandesa até 1960, essa relíquia da mais calamitosa guerra da História da Humanidade foi transformada em navio-museu.
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