terça-feira, 18 de outubro de 2011

«STANDART»


Colocado -pela marinha imperial russa- ao serviço do último czar (Nicolau II) e da sua família, este iate foi, no seu tempo, o maior e um dos mais luxuosos navios usados pelas casas reais da Europa. Construído em Copenhague, pelos estaleiros da firma Burmeister & Wain, o «Standart» foi lançado à água a 10 de Março de 1895. Deslocava 5 557 toneladas e media 112,80 metros de comprimento por 15,80 metros de boca. Estava dotado com 2 máquinas a vapor de tripla expansão, que lhe autorizavam uma velocidade superior aos 21 nós. O navio tinha uma tripulação de 355 membros (além de muita criadagem) e estava armado com 8 peças de artilharia de 47 mm. Encomendado pelo penúltimo imperador da Rússia, este iate serviu, sobretudo, o derradeiro soberano da dinastia dos Romanov, devido ao falecimento, em 1894, de Alexandre III. Com os interiores decorados com painéis de mogno, lustres de cristal, tapeçarias preciosas e outros magnificentes acessórios, o navio era um autêntico palácio flutuante. Foi a bordo deste iate que, em 1914, o czar recebeu a notícia da morte, em Sarajevo, do arquiduque Francisco Ferdinando, facto que está na origem da 1ª Guerra Mundial e da participação russa no conflito, ao lado da França e da Inglaterra. Depois da abolição da monarquia pelos bolcheviques (em 1917), o «Standart» foi convertido em lança-minas e utilizado pela marinha revolucionária no mar Báltico contra as incursões dos ‘brancos’. E, durante o conflito travado (a partir de 1941) entre a URSS e a Alemanha nazi, o navio teve um papel importante na defesa da então chamada cidade de Leninegrado. O navio, que usou, nessa época e sucessivamente, os nomes de «Vosemnadtsatoe Marta» e de «Marti», foi seriamente avariado por um ataque aéreo dos alemães sobre Kronstadt; mas foi reparado para que pudesse regressar aos combates renhidos que se travaram nessa região. Depois da vitória de 1945, o navio ainda cumpriu (até 1957 e com o novo nome de «Oka») missões relacionadas com o treino de tropas. Em 1963 estava abandonado no porto de Tallin, na Estónia, tendo sido, presumivelmente, desmantelado nessa antiga república da União Soviética.

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