terça-feira, 18 de outubro de 2011

«LA SEYNE»


O primitivo nome deste paquete francês de propulsão mista (vela/vapor), foi «Étoile du Chili». Foi construído -em 1874- nos estaleiros de La Seyne-sur-Mer para o armador Germain, que o colocou nas linhas transmediterrânicas, entre Marselha e os portos do norte de África sob autoridade gaulesa; portos esses, para onde o navio transportou carga diversa e passageiros, nomeadamente colonos. Foi vendido, em Setembro de 1876 à sociedade de transportes Messageries Maritimes, que, desde logo, o baptizou com o nome da sua cidade de origem (La Seyne) e o transferiu para uma linha do Extremo Oriente, que passava por Singapura e por Batávia (a Jacarta dos nossos dias), antes de terminar dos portos da Indochina. Este navio (que utilizava a nova via do canal de Suez) sofreu transformações importantes no ano de 1888. E a sua carreira foi isenta de percalços até ao dia 14 de Novembro de 1909, data em que o «La Seyne» foi abalroado acidentalmente pelo vapor britânico «Onda» (da British India Company) e se afundou a 30 milhas náuticas ao largo de Singapura. No desastre pereceram 101 tripulantes e passageiros do navio francês, entre os quais se contaram o seu próprio capitão (Joseph Couailhac) e dois viajantes de marca : o barão e a baronesa Denieczki. Escaparam 61 náufragos (recolhidos pelo «Onda») e foram contabilizados 27 desaparecidos, que se presume terem sido devorados por tubarões. Este paquete francês deslocava 3 820 toneladas e media 105 metros de comprimento por 11,50 metros de boca. A sua propulsão era assegurada por 1 máquina ‘compound’ de 4 cilindros e por caldeiras alimentadas a carvão, que lhe outorgavam uma potência global de 2 000 cv. E também por um sistema vélico distribuído pelos três mastros do navio. A velocidade máxima do «La Seyne» era da ordem dos 13 nós. O paquete podia receber 109 passageiros nos camarotes de bordo e um número indeterminado de pessoas em alojamentos sumários situados nos porões.

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