segunda-feira, 1 de maio de 2017
«SÃO NICOLAU»
O vapor «São Nicolau» era um navio português, pertencente aos Transportes Marítimos do Estado, com sede em Lisboa. Em cujo porto foi matriculado desde que passou a hastear pavilhão verde e rubro. O «São Nicolau» foi construído, em 1905, na Alemanha, nos estaleiros Neptun, de Rostock. Chamara-se, precedentemente «Dora Horn» e havia sido pertença da companhia Reederei Horn, de Lubeck. Era um cargueiro com 2 679 toneladas de arqueação bruta, medindo 88,70 metros de comprimento por 13,40 metros de boca. A propulsão do «São Nicolau» era assegurada por 1 única máquina a vapor, que lhe permitia vogar à velocidade de 9 milhas/hora. A sua tripulação era constituída, aquando da sua perda, por 37 homens; quase todos eles originários do arquipélago de Cabo Verde, incluindo o seu comandante, capitão Amâncio José Azevedo, natural da ilha Brava. Este navio, que deveria ser alugado ao governo britânico e colocado ao serviço da companhia Furness & Withy, foi surpreendido -no dia 16 de Novembro de 1916- na entrada sul do mar da Mancha (a escassas milhas do rochedo de Cassequets) por um submarino alemão; que, sem aviso prévio, disparou 17 tiros de canhão contra o navio português, afundando-o. O infortunado «São Nicolau» saíra de Lisboa dias antes e tinha como destino o porto francês do Havre. Da sua tripulação, apenas escaparam com vida 16 homens (incluindo o seu primeiro oficial), que utilizaram as baleeiras de bordo e que foram, posteriormente e depois de muitas horas de angústia, resgatados por um navio italiano, o «Fido», que os desembarcou em Plymouth, na Inglaterra. De onde regressariam a Portugal. O agressor tudesco do vapor português foi identificado como sendo o «UC-26», que agiu sob as ordens do capitão-tenente conde Matthias von Schmettow. Curiosidades : a fotografia anexada do «São Nicolau» foi publicada pela «Ilustração Portugueza» e mostra, no canto superior esquerdo, um medalhão com o retrato do seu comandante, cuja identidade já referimos; Portugal encontrava-se, oficialmente, em estado de guerra com a Alemanha desde 9 de Março de 1916. Por iniciativa desta e na sequência do apresamento (ocorrido a 23 de Fevereiro desse mesmo ano) de dezenas de navios germânicos refugiados nos portos lusos.
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