quarta-feira, 17 de maio de 2017

«BUARQUE»

Mercante a vapor, cuja história apresenta a particularidade de ter sido o primeiro navio de bandeira brasileira a ser afundado pela marinha de guerra hitleriana, após o corte de relações entre a maior nação da América do Sul e as potências do Eixo Berlim-Roma-Tóquio. Este navio de 5 152 toneladas e com 122,20 metros de longitude por 16,50 metros de boca, foi construído em 1919 nos estaleiros American Shipbuildind Shipping Corporation, de Filadélfia, Foi uma das 122 unidades de uma classe denominada 'Hog Islander' (com capacidade para carga e passageiros), com as quais o governo de Washington pretendeu renovar a sua frota mercante logo a seguir à Grande Guerra.  Antes de ir parar a mãos brasileiras, chamou-se sucessivamente, «Bird City» (até 1932) e ««Scanpenn» (até 1940), usando as cores das armadoras American Scantic Line e Moore McCormack. Adquirido pelo Lloyd Brasileiro, foi registado no Rio de Janeiro e passou a usar o apelido de um dos seus antigos administradores e também ministro : o Dr. Manuel Buarque de Macedo. Colocado sob o comando do capitão João Joaquim de Moura, o navio passou a navegar entre a então capital do Brasil e Nova Iorque, com escalas em vários outros portos importantes como Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, La Guaira e Curaçao, entre outros. Foi durante uma dessas suas rotineiras viagens, que -no dia 15 de Fevereiro de 1942- o «Buarque» foi sobrevoado por uma aeronave não-identifica, que assinalou a sua posição com artefactos luminosos. Pouco tempo depois, quando o mercante brasílico navegava a cerca de 54 milhas náuticas ao norte do cabo Hatteras, surgiu-lhe pela frente o submarino alemão «U-432» (que se encontrava às ordens do capitão-tenente Heinz Otto Schultze), que o afundou com o disparo de 2 dos seus torpedos. Os tripulantes e passageiros do «Buarque» lograram salvar-se, por terem, antes da agressão, recorrido ao uso de baleeiras. Foram resgatados por um guarda costeiro norte-americano (o USCG «Calypso»), por um contratorpedeiro de mesma nacionalidade (o USS «Jacob Jones») e pelo petroleiro «Eagle» (da companhia Standard Oil), que os desembarcaram no porto de Norfolk. No naufrágio do navio houve apenas uma única morte a lamentar : a de um passageiro português, que faleceu num dos botes salva-vidas.

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