quinta-feira, 13 de outubro de 2016
«SÁNCHEZ BARCÁIZTEGUI»
Contratorpedeiro da armada espanhola, que fez parte da 1ª série da classe 'Charruca'. Recebeu o nome de um notável marinheiro galego do século XIX, caído em combate durante a 3ª Guerra Carlista. Este navio foi construído pela SECN - Cartagena e colocado no serviço activo em 1928. Deslocava 1 800 toneladas em plena carga e media 101 metros de comprimento por 9,60 metros de boca. Do seu armamento principal constaram 4 canhões de 120 mm, 1 peça antiaérea de 76 mm, 6 tubos lança-torpedos de 533 mm e 2 calhas para arremesso de cargas de profundidade. A sua propulsão era assegurada por um sistema (com uma potência de 42 000 cv) que compreendia 2 turbinas, 4 caldeiras e 2 hélices e que lhe proporcionava uma velocidade da ordem dos 30 nós e uma autonomia de 4 500 milhas náuticas, com andamento reduzido a 14 nós. A sua tripulação normal era de 160 homens, incluindo oficiais. Uma das mais sombrias páginas da sua história foi ter servido (no porto de Barcelona) de navio-prisão, onde estiveram detidos Miguel Azaña -acusado de ser o instigador da Revolução das Astúrias- e alguns dos seus seguidores. Em Julho de 1936, este navio estava ancorado no porto de Cartagena, quando, no dia 17, o seu comandante (um capitão de fragata) recebeu ordens do ministro da marinha para se dirigir a Melilla, território espanhol do norte de África. Onde o comandante do «Sánchez Barcáiztegui» e parte do quadro de oficiais decidiram aderir à sublevação franquista. Mas, fiel à República, a marinhagem prendeu os seus superiores e forçou a saída do porto para se dirigir a Málaga. Ao serviço do governo legítimo de Espanha, este navio foi -durante a Guerra Civil- um dos mais activos na luta contra os franquistas, participando em operações no Mediterrâneo, principalmente na zona do estreito de Gibraltar. A 5 de Março de 1939, já no final do conflito vencido pelos fascistas, o «Sánchez Barcáiztegui» foi gravemente atingido pelas bombas de 5 trimotores Savoia- Marchetti SM.79; aviões mussolinianos colocados ao serviço dos interesses de Franco. Com o fim da guerra, o navio em apreço foi integrado na frota dos chamados nacionalistas. Ainda a registar no historial deste navio, esteve um dramático incidente ocorrido na ria do Ferrol -a 28 de Fevereiro de 1947- durante o qual este 'destroyer' causou o afundamento acidental de uma lancha de transporte de passageiros e matou 13 pessoas : 12 mulheres e 1 homem. Refira-se, a título de pura curiosidade, que o barco abalroado se chamava «Generalissimo Franco»...
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