domingo, 24 de julho de 2016

«SOFALA»

Quando o segundo conflito generalizado rebentou em 1939, o cargueiro germânico «Aller» foi um dos vários navios de bandeira alemã que, obedecendo às instruções de Berlim, se refugiaram em portos neutros. Este navio, que pertencia ao grupo armador de Bremen Norddeutscher Lloyd e que operava na linha Europa-Extremo Oriente e Austrália, foi um dos que se refugiou no porto de Lourenço Marques (hoje Maputo) e que se colocou sob protecção portuguesa. Ali permaneceu até 1943 (Maio), ano em que foi adquirido pela Companhia Nacional de Navegação; que lhe deu o novo nome de «Sofala» e o registou na capitania do porto de Lisboa. Era um navio de grande porte (7 956 toneladas de arqueação bruta) para os padrões portugueses, passando a ser o maior cargueiro da nossa frota mercante. O «Sofala», que passou a operar, essencialmente, na rota das colónias, foi construído nos estaleiros Bremen Vulkan AG, de Vegesack. Media 160,92 de longitude e o seu sistema de propulsão conferia-lhe uma potência de 6 400 cv, que lhe permitiam navegar à velocidade de serviço de 14,5 nós. Este navio dispunha, então, de 54 tripulantes e fora agenciado para poder acolher 12 passageiros. Para além de importante carga, naturalmente. A aquisição deste navio deste navio (e de outros nas mesmas condições) deu lugar a negociações entre as autoridades portuguesas, aliadas e do eixo, que levaram à entrega da sua tripulação aos alemães; que foram trocados por prisioneiros de guerra das nações inimigas de Hitler e do seu regime. À parte alguns incidentes de percurso e sem consequências para o futuro do navio (encalhe e incêndio no porto de Leixões no início da década de 50 e deriva e encalhe no Tejo, aquando de ventos ciclónicos em 1958), o «Sofala» prestou grandes serviços ao seu armador e à marinha mercante nacional. Foi desmantelado em finais do ano de 1968 num estaleiro de Castellon, Espanha. Nota : a foto anexada mostra o «Sofala» ainda com a bandeira alemã e as cores do seu primeiro armador.

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