quinta-feira, 21 de julho de 2016

«SIDI-BEL-ABBÈS»

Paquete francês de 4 392 toneladas de arqueação bruta, inicialmente destinado a servir na linha que ligava Marselha às colónias situadas do outro lado do Mediterrâneo. Nos anos sombrios da 2ª Guerra Mundial, este navio escapou ao ocupante e foi requisitado pelas autoridades militares aliadas para assegurar o transporte de tropas e de material bélico entre os portos do norte de África. Foi afundado pelo submarino alemão «U-565» na manhã brumosa do dia 20 de Abril de 1943 ao largo da cidade de Oran, Argélia. O navio em questão partira, horas antes, de Casablanca e integrara-se num comboio dos Aliados (o UGS 7, em proveniência dos Estados Unidos) perto do canal de Gibraltar. A bordo do «Sidi-Bel-Abbès» (primeiro do nome) seguiam 1 287 pessoas : 95 membros de equipagem, algumas dezenas de civis e muitos militares, entre os quais figuravam o estado-maior e 907 homens pertencentes ao 4º Regimento de Atiradores Senegaleses. Devido aos estragos causados no navio (que foi atingido a tribordo, por baixo da linha de flutuação) o afundamento foi muito rápido, não deixando a mínima 'chance' de sobrevivência às pessoas que se encontravam nos conveses inferiores e porões. Escaparam, apenas, 453 pessoas, algumas com ferimentos graves. Parte delas seriam resgatadas por três navios de guerra britânicos muitas horas mais tarde, já que os outros navios do comboio -obedecendo a ordens rigorosas em caso de ataque inimigo- não pararam para prestar socorro aos desventurados náufragos do paquete francês. Acredita-se que o brusco afundamento, em menos de 2 minutos, do «Sidi-Bel-Abbès» (que pertencia à Société Générale des Transports Maritimes) tenha ficado a dever-se ao facto do projéctil lançado do submersível nazi ter atingido, para além da casa das máquinas, um porão onde haviam sido acomodadas caixas de munições (30 toneladas) e uma carga de barris de óleo de amendoim (500 toneladas). Este paquete foi construído em Inglaterra, nos estaleiros da firma Swan Hunter & Wigham Richardson, em 1929. Um monumento levantado à memoria das suas vítimas foi levantado na costa argelina, diante da qual o navio se perdeu.

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