sábado, 4 de junho de 2016

«PATRÃO LOPES»

Este pequeno navio com 478,66 toneladas de arqueação bruta  e com 48 metros de comprimento por 8 metros boca, foi construído na Alemanha -em 1880- pelos estaleiros da firma Rostocker A.G. e usou o nome de «Newa» até 1916; ano em que foi apresado no estuário do Tejo pela Armada Portuguesa. Isso no decorrer da famosa operação do dia 23 de Fevereiro, que redundou na declaração de guerra feita ao nosso país pelo 'kaiser'. Equipado com uma máquina a vapor com 500 ihp de potência, que lhe facultava uma velocidade de 10 m.n./hora, este navio foi baptizado com o nome de «Patrão Lopes»  (em homenagem a uma figura heróica dos botes salva-vidas) e entregue pelas autoridades navais ao Instituto de Socorros a Náufragos. Durante a Grande Guerra, acompanhou (enquanto navio de escolta) 3 submarinos adquiridos em Itália para a nossa Armada e rebocou, de Bordéus para Lisboa, a barca «Portugal». tendo, durante essa missão, chegado a disparar sobre um submarino germânico. Atribui-se ao «Patrão Lopes» e às suas sucessivas equipagens o salvamento de inúmeras vidas, resgatadas ao mar sobretudo na barra de Lisboa. Depois de uma actividade plena, de duas décadas ao serviço do I.S.N., o «Patrão Lopes» sofreu -no dia 29 de Fevereiro de 1936- junto ao farol do Bugio, um acidente que ditou o seu fim. O navio em apreço -que havia encontrado à deriva, ao largo de Cascais, o batelão «Franz»- lançou-lhe umas amarras com o intuito de o trazer, a salvo, para Lisboa. Mas o dito batelão encalhou num baixio, afundando-se posteriormente ao mesmo tempo que arrastou consigo o «Patrão Lopes». Cujos restos ainda por lá se encontram (a uma profundidade de 8/15 metros) e são conhecidos de muitos mergulhadores desportivos.

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