terça-feira, 5 de janeiro de 2016
«NOSSA SENHORA DA ATALAIA»
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Nau setecentista, que hasteou pavilhão de D. João V e que se notabilizou no cumprimento de missões de soberania ao longo das costas do Brasil e da África ocidental. É provável que este navio tenha sido construído no arsenal de Lisboa. Desconhecem-se as suas características gerais, mas sabe-se que era um vaso de guerra de porte médio, armado com 52 canhões. Em inícios dos anos 20 do século XVIII, esta navio (comandado pelo capitão de-mar-e-guerra Semedo) protegia o litoral brasileiro, quando foi incumbido pelo estado-maior da Armada de rumar às costas de Angola, onde os ingleses desenvolviam acções viradas contra os interesses lusos. No dia 23 de Setembro de 1723, no litoral de Cabinda, a nau «Nossa Senhora da Atalaia» topou com dois navios armados (que pertenceriam a corsários), que lhe fizeram frente; mas que a nau portuguesa tomou um a um, após um curto duelo de artilharia. Tendo os sobreviventes da refrega com o navio português procurado refúgio num forte (artilhado com 30 bocas de fogo) ilegalmente construído na costa, o capitão Semedo mandou desembarcar uma força armada, que obrigou os britânicos a render-se e a despedir-se definitivamente da região. Depois dessa campanha vitoriosa, o «Atalaia» rumou a norte e, em Novembro desse mesmo ano, ao largo da chamada Costa do Ouro, deu combate a uma fragata holandesa, que, naquelas paragens, perturbava a navegação mercante portuguesa. Atacado o navio batavo, foi afundado pelos nossos, depois de uma violenta troca de tiros de canhão. A nau portuguesa regressou ao Brasil, onde chegou no mês de Abril de 1724, e daí tomou o rumo de Portugal; depois de uma campanha triunfante, que durou um ano e meio e que o fez percorrer mais de 14 000 milhas náuticas. Nota : a imagem anexada reporta-se não ao «Nossa Senhora da Atalaia», mas a um navio similar do seu tempo.
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