sábado, 30 de janeiro de 2016

«ARAGÓN»

Este navio misto espanhol (passageiros/carga) foi encomendado pela Compañia Anónima de Vapores Vinuesa, de Sevilha, aos estaleiros navais britânicos R. Thompson & Sons, de Southwick (Sunderland); que o entregaram ao supracitado armador ibérico em 1902. O «Aragón» deslocava 3 710 toneladas em plena carga e media 83,13 metros de comprimento por 11,60 metros de boca por 5,80 metros de calado. Dispunha de 4 porões podendo receber um volume de carga de 3 214 m3 e de acomodamentos para 80 passageiros. Movia-se graças a 1 máquina a vapor de tríplice expanção, desenvolvendo uma potência de 190 nhp; que lhe permitia atingir os 9 nós de velocidade de cruzeiro.  Ao serviço do seu armador, percorreu todo o Mediterrâneo ocidental. Em 1916, devido à fusão operada entre a Vinuesa e várias outras companhias espanholas de transporte marítimo, passou a hastear as cores da Compañia Mediterránea, que lhe conservou o nome. Continuou a navegar em águas do 'Mare Nostrum', transportando carga, passageiros civis e também soldados (e respectivo armamento) aquando das campanhas militares sustentadas pelo país vizinho no norte de África. No início dos anos 30, o «Aragón» foi colocado na linha Sevilha-Canárias. Mas quando, em 1936, rebentou a Guerra Civil de Espanha, este navio encontrava-se, de novo, a operar no litoral sul da península. E, no dia 1º de Janeiro de 1937, navegava o «Aragón» entre Almeria e Málaga, quando foi interceptado e apresado pelo couraçado hitleriano «Admiral Graf Spee» (os alemães haviam-se aliado aos rebeldes franquistas na sua luta contra o governo legítimo de Espanha) e conduzido a Melilla; onde foi transformado em navio-prisão pelos nacionalistas. No seu bojo, muitos detidos republicanos sofreram prolongadas penas de cadeia e maus tratos. No imediato pós-guerra civil, em 1943 e 1944, o navio foi submetido a grandes trabalhos de restauro, que beneficiaram, sobretudo, as áreas destinadas aos passageiros. Foi recolocado na linha Sevilha-Canárias e, posteriormente naquela que ligou os portos da Cantábria às mesmas ilhas. Em Março de 1957, foi dado como impróprio à navegação e enviado para um estaleiro de demolição. Foi destruído no ano seguinte.

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