quinta-feira, 3 de setembro de 2015
«SANTA QUITÉRIA»
.............. Lugre de bandeira portuguesa. Foi realizado em Fão, em 1919/1920, pela empresa de construção naval Carlos Ferreira & Filhos, Lda. Tinha casco em madeira e estava equipado com 3 mastros. Tinha proa de beque, popa redonda e 2 pavimentos. O seu primeiro armador foi a Sociedade Marítima Progresso, do Porto, em cuja capitania ficou registado com o nome de «Fãozense». Iniciou a sua vida activa transportando mercadorias diversas entre portos portugueses. Efectuou duas viagens ao Brasil, a Belém do Pará. Era nesse tempo seu capitão o ilhavense Alexandre Santos Ré, que supervisionara a sua construção. Era um navio com 437,43 toneladas de arqueação bruta, medindo 48,50 metros fora a fora por 9,50 metros de boca e 4,48 metros de pontal. Em 1921, viu o seu nome alterado para «Patriota II», mas permaneceu registado no Porto. A partir de 1925, a sua tripulação passou a receber ordens do capitão Luís Augusto Carriço; que permaneceu a bordo até 1928. Depois de ter participado, sem grande sucesso (devido às fracas capturas de pescado), em sucessivas campanhas de pesca ao bacalhau, o navio em apreço foi posto à venda e, em 1929, passou para as mãos da firma Paiva Salgado & Cª. Ainda em 1929, passou a chamar-se «Santa Quitéria», que foi o seu derradeiro nome. Designativo efémero, já que este veleiro naufragou nos mares da Terra Nova, a 7 de Setembro desse mesmo ano, por alquebramento. A totalidade dos seus tripulantes -marinheiros e pescadores- salvou-se nos dóris, tendo sido posteriormente recolhida pelo navio-hospital «Gil Eanes»; que, nos mares canadianos e da Gronelândia, prestava assistência à nossa frota bacalhoeira. Curiosidade : não confundir este navio, com um bacalhoeiro de mesmo nome, que, por coincidência, também naufragou nos Grandes Bancos, em 1941.
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