terça-feira, 15 de setembro de 2015

«EDUARD BOHLEN»

Navio alemão, propriedade da companhia marítima Woermann Linie, de Hamburgo, e registado nesse porto. Foi construído, em 1891, nessa mesma cidade da foz do Elba, pelos estaleiros da firma Blohm und Voss. Era de valência mista, podendo transportar passageiros (32, em duas classes distintas) e carga. Apresentava 2 272 toneladas de arqueação bruta e media 94,64 metros de comprimento por 11,61 metros de boca. A sua única máquina a vapor (acoplada a 1 hélice) assegurava-lhe uma velocidade de cruzeiro de 11 nós. O «Eduard Bohlen» tinha uma tripulação de 46 membros. Destinado ao tráfego com a África austral, este vapor navegou para o Sudoeste Africano (então colónia do império alemão e hoje nação independente com o nome de Namíbia), fazendo também viagens frequentes a outros portos da região. Este navio esteve implicado num incidente, que alguns jornais do tempo, não hesitaram em classificar como um verdadeiro acto de tráfico de escravos. Depois de ter esmagado militarmente a Revolta dos Hereros (grupo étnico local), o general alemão Lothar von Trotha entregou às autoridades do território um número elevado de prisioneiros de guerra. Que foram embarcados no «Eduard Bohlen» e levados à força para a África do Sul, onde esses homens foram literalmente vendidos aos proprietários das minas de diamantes locais; e onde, segundo notícias do tempo, eles passaram a laborar em regime de trabalhos forçados. No dia 5 de Setembro de 1909, quando já hasteava bandeira da Bélgica (que, entretanto, o havia adquirido), o navio em apreço foi arremessado -devido à neblina- para a chamada Costa dos Esqueletos. Onde a sua carcaça enferrujada permanece, desde então, agora semienterrada no areal -a várias centenas de metros da costa- devido ao avanço natural do deserto do Namibe.

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