terça-feira, 8 de março de 2011

«DUPUY-DE-LÔME»


Primeiro cruzador couraçado da armada francesa, o «Dupuy-de-Lôme» foi construído no arsenal de Lorient entre 1888 e 1890. O seu patrono era um famoso engenheiro e arquitecto naval do século XIX, falecido cinco anos antes do lançamento ao mar do navio em apreço; navio que deslocava 6 676 toneladas e media 111 metros de comprimento por 16 metros de boca. Este vaso de guerra, que se caracterizava pela sua longa proa em forma de esporão, funcionava com 3 máquinas (20 caldeiras) desenvolvendo uma potência global de 13 000 cv; força que lhe imprimia uma velocidade máxima da ordem dos 23 nós. O «Dupuy-de-Lôme» estava artilhado com 2 peças de 194 mm, com 6 outras de 163 mm e com 2 tubos lança-torpedos de 450 mm. A sua blindagem podia atingir 100 mm de espessura nos pontos mais sensíveis do casco e 125 mm no posto de comando. A guarnição do navio (que só entrou nos efectivos da marinha de guerra francesa em 1895) compreendia 526 oficiais, sargentos e praças. O cruzador couraçado «Dupuy-de-Lôme» foi restaurado em 1912 e vendido à armada peruana, que lhe deu o nome de «Comandante Elias Aguirre». Mas, com a crise na Europa, que arrastou a França para os combates da Grande Guerra, o navio nunca chegou a ser entregue aos sul-americanos. O «Dupuy-de-Lôme» tomou parte activa (fez parte da esquadra dos Aliados que defeneu o canal de Suez) no conflito e foi desarmado em 1918. Vendido à Bélgica, depois de ter sofrido trabalhos (num estaleiro de Bordéus) que o transformaram em cargueiro, o desde logo chamado «Péruvier» transportou hulha para o Brasil durante um certo tempo. Em meados de 1920, o navio foi vítima de um incêndio ao largo da costa pernambucana, que o deixou em muito mau estado. Rebocado para a Europa, o outrora poderoso cruzador couraçado foi desmantelado em 1923. Curiosidade : a representação do navio aqui apresentada (num postal ilustrado da época) é enganadora, visto o navio nunca ter navegado sob pavilhão peruano.

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