sexta-feira, 5 de abril de 2013

«ASKOLD»

Construído, em 1900, na Alemanha, pelos estaleiros navais da companhia Deutsche Werft, de Kiel, o cruzador protegido «Askold» só integrou oficialmente os efectivos da marinha imperial russa no ano de 1902. O «Askold» era um navio com 5 910 toneladas de deslocamento, que media 231 metros de comprimento por 15 metros de boca. O seu calado era de 6 metros. A propulsão deste cruzador era assegurada por um sistema que compreendia 3 máquinas a vapor de tripla expansão vertical, 9 caldeiras (consumindo carvão) e 3 hélices. A potência desenvolvida era de 19 650 cv, força que lhe facultava uma velocidade máxima de 23 nós. As zonas couraçadas deste navio compreendiam a cintura de casco, o convés e o posto de comando, onde a blindagem chegou a atingir a espessura de 152 mm. Fortemente artilhado, o «Askold» -que, visualmente, se distinguia dos outros navios da frota russa pelas suas 5 altaneiras chaminés- dispunha de 12 peças de 150 mm, 12 de 75 mm, 8 de 47 mm e 2 de 37 mm. Para além de 6 tubos lança-torpedos de 381 mm. A sua guarnição era de 580 homens. O «Askold» teve uma vida operacional muito movimentada, já que o navio participou nos combates da Guerra Russo-Japonesa, no decorrer da qual usou o pavilhão do almirante Reitzenstein. Durante esse conflito, o «Askold» participou numa tentativa para romper o bloqueio de Porto Artur (sua base) e esteve implicado na batalha do Mar Amarelo, da qual saíu com avarias graves provocadas pelo fogo inimigo e depois de ter infligido desgastes (segundo os russos) aos navios nipónicos «Asama» e «Yakumo». Transferido para a Europa, este navio foi integrado na Esquadra do Norte (estacionada em Murmansk) e, durante a 1ª Guerra Mundial, serviu no Mediterrâneo, onde participou, ao lado dos Aliados, na batalha dos Dardanelos. Aquando da Revolução de Outubro -durante a qual cairia a dinastia dos Romanov e o poder dos czares- o «Askold» foi confiscado (em 1918) por forças da Grã-Bretanha, que o integraram, momentaneamente, na 'Royal Navy'. Onde este navio serviu com o nome de «Glory IV». Depois da consolidação da revolução leninista, os britânicos decidiram devolvê-lo à Rússia, mas as autoridades soviéticas nunca quiseram aceitar o navio. De modo que, a Inglaterra não teve outra alternativa senão a de mandá-lo desactivar e desmantelar. O que aconteceu, em 1922, num estaleiro do porto de Hamburgo.

Sem comentários:

Enviar um comentário