domingo, 13 de maio de 2012

«SKAMPAVEYA»

Galé setecentista da armada de Pedro, o Grande, Senhor de Todas as Rússias. Este soberano, que é, justificadamente, considerado o ‘pai’ da marinha do seu país, interessou-se pela construção naval (chegou a trabalhar, quando jovem, como simples carpinteiro em estaleiros da Holanda) e, desejoso de representar um papel importante na geopolítica do norte da Europa, mandou construir o porto fortificado de São Petersburgo e uma frota capaz de ombrear com as armadas dos seus poderosos vizinhos e rivais, de entre as quais se salientava a do reino da Suécia. Concebida para evoluir nas águas baixas do mar Báltico, a «Skampaveya» (nome que, depois, definiria todas as galés ligeiras russas) era de nítida inspiração mediterrânica e diz-se até que os primeiros exemplares da frota imperial foram construídos por carpinteiros italianos. Esta pequena galé media cerca de 20 metros de comprimento por 4 metros de boca. Dispunha de 2 mastros equipados com velas latinas e de um máximo de 30 remos accionados (cada um deles) por dois homens. O seu armamento básico era constituído por 3 peças de artilharia de fraco calibre e pelo poder ofensivo de uma unidade de espingardeiros. O objectivo perseguido pelas ‘skampaveyas’ não era de provocar enormes desgastes nos navios inimigos, mas -graças ao seu grande número- de os atrapalhar nas suas manobras. O sucesso dos Russos contra a marinha de guerra sueca na batalha naval de Gangut, ocorrida a 27 de Julho de 1714, ao largo da península de Hangö, custou aos vencedores uma quarentena de navios deste tipo.

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