quarta-feira, 8 de abril de 2015

«GENERAL BROWN»

Navio-escola  da armada argentina. O «General Brown» foi, aliás,  a primeira unidade a abrigar a Escola Naval Militar dessa nação sul-americana. Este navio misto (vela/vapor) foi construído, em 1865, nos estaleiros de Dumbarton (Escócia), por encomenda da Confederação dos Estados do Sul; que, devido à sua derrota diante das forças federais estadunidenses, nunca o chegou a receber. Este navio, aparelhado em barca, deslocava 570 toneladas e media 78,74 metros de comprimento por 9,30 metros de boca e por 3,40 metros de calado. A sua máquina a vapor 'compound' (acoplada a 2 hélices de 4 pás) desenvolvia uma força de 179 hp. O navio em apreço podia vogar à velocidade máxima de 9 nós, usando, ao mesmo tempo, os dois tipos de propulsão disponíveis. Ainda serviu como cargueiro -com o nome de «Amazonas»- durante uns meses. Até que, envolvido na chamada guerra da Triple Aliança, o governo de Buenos Aires o adquiriu (por 17 000 libras) para o incluir, em Janeiro de 1868, na sua marinha militar. Com um novo nome de baptismo -«General Brown»- o navio foi armado com 3 peças de artilharia de fraco calibre e operou como transporte de tropas e de material bélico nos rios Paraná e Paraguai. Em 1872 foi designado para receber os primeiros cadetes da Escola Naval, sendo posteriormente usado como depósito de prisioneiros feitos no seio dos movimentos revolucionários hostis ao regime. Também serviu (em 1876) como lazareto, mantendo em quarentena doentes atingidos por um surto de febre amarela que teve o seu foco na capital argentina. Estava, em 1883, este navio em péssimo estado de conservação, quando entrou no estaleiro de San Fernando para receber importantes obras de restauro; obras que o transformaram em corveta. Também recebeu novo designativo, passando a chamar-se «Chacabuco» e recomeçou as suas funções de escola flutuante. Nesse tempo, chegou a estar armado com 10 bocas de fogo e a agir, simultaneamente, como Escola de Oficiais de Mar e como Escola de Artilharia. O seu campo de acção foi, nesse tempo, o mar da Prata e as costas do Uruguai. Terminou a sua vida operacional em 1893 e, depois de ter sido usado como banal depósito de carvão, foi gradualmente desmantelado. Até que, em 1910, os restos da sua carcaça enferrujada e inútil foram vendidos ao ferro velho.

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