quinta-feira, 18 de outubro de 2012

«REINA MERCEDES»



Cruzador da armada espanhola pertencente à classe ‘Reina Cristina’. Foi construído, em 1887, pelo arsenal de Cartagena. Deslocava 3 900 toneladas e media 84 metros de comprimento por 13 metros de boca e o seu calado era de 6,70 metros. Concebido no período de transição da vela para o vapor, este navio usava esses dois modos de propulsão, envergando (nos seus 3 mastros) 1 725 m2 de pano e utilizando 1 máquina alternativa com 4 100 cv de potência e 1 hélice. Atingia a velocidade máxima de 15 nós. O «Reina Mercedes» tinha uma guarnição de 380 homens. O seu armamento compreendia 6 canhões de 160 mm, 3 de 57 mm, 2 de 42 mm, 6 de 37 mm, 2 metralhadoras e 5 tubos lança-torpedos. O seu nome prestava homenagem à primeira esposa do soberano Afonso XII, Dona Maria de las Mercedes de Orleans. Foi enviado para Santiago de Cuba em 1893, para reforçar os efectivos da esquadra espanhola naquela região das Caraíbas e ali serviu, inicialmente, como navio de instrução e, a partir de 1895, como navio-almirante das forças navais do país vizinho. Quando rebentou a guerra hispano-americana, este navio estava (por falta de manutenção) praticamente impossibilitado de combater. Facto que provocou o desembarque de 4 das suas peças de artilharia de 160 mm, que foram colocados em Socapa, para reforçar a defesa costeira. Nessas condições, o «Reina Mercedes» não podia rivalizar com as unidades inimigas e foi, por essa razão, conduzido até ao canal de acesso ao porto de Santiago, onde a sua guarnição tencionava afundá-lo. Interceptado -a 6 de Junho de 1898- por forças do inimigo, o navio espanhol recebeu 35 impactos directos da artilharia naval norte-americana e foi semi-afundado. O «Reina Mercedes» acabou por ser capturado pelos ianques no dia 17 de Julho desse mesmo ano de 1898, em consequência da rendição dos defensores de Santiago de Cuba. Reemergido e rebocado para os Estados Unidos, este navio foi reparado (nos estaleiros de Kittery, Maine) e transformado em navio-quartel. Em 1912, sofreu novas transformações (nos estaleiros de Norfolk), sendo enviado, depois, para Annapolis (sede da Academia Naval da armada dos Estados Unidos), onde alojou, durante muitos anos, os cadetes desse estabelecimento militar de ensino superior. Em 1957, foi, finalmente, enviado para o ferro-velho e desmantelado no porto de Baltimore. Curiosidade : os restos do antigo cruzador «Reina Cristina» (entretanto baptizados «IX-25» pelos cadetes de Annapolis) tornaram a arvorar pavilhão espanhol em 1920, aquando da visita do couraçado «Alfonso XIII». Gesto amistoso dos anfitriões, que muito sensibilizou os membros da guarnição deste vaso de guerra ibérico.

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