domingo, 14 de outubro de 2012

«BERGENSFJORD»



Transatlântico pertencente à frota da companhia Norwegian América Line. Construído em 1913 pelos estaleiros britânicos Cammell Laird, de Birkenhead, este navio teve vida atribulada e conheceu as bandeiras de quatro nações diferentes. E usou, também, quatro nomes distintos. Com 10 700 toneladas de arqueação bruta, o «Bergensfjord» media 156 metros de comprimento por 18,65 metros de boca. Movia-se graças a um sistema propulsivo que desenvolvia 1 470 cv de potência, o que lhe permitia navegar à velocidade de cruzeiro de 15 nós. Tinha capacidade para receber 1 200 passageiros distribuídos por três classes. Este navio transportou, essencialmente, emigrantes da Europa para o Novo Mundo e esteve colocado numa linha que começava em Christiania (a actual cidade de Oslo) e fazia escala em Christiansand, Stavanger e Bergen, antes de tocar Nova Iorque. Foi completamente remodelado em 1924, após uma explosão acidental ocorrida a bordo. Recebeu, então, nova maquinaria e sofreu modificações, que reduziram a duas classes (1ª e 3ª) as acomodações dos passageiros. O «Bergensfjord» encontrava-se a caminho de Nova Iorque quando a Alemanha nazi invadiu a Noruega (Abril de 1940), facto que impediu o seu apresamento pelas forças de ocupação estrangeiras. Mobilizado pelos britânicos durante o segundo conflito generalizado, este transatlântico foi adaptado (num estaleiro de Liverpool) ao transporte de tropas, tendo cumprido essa missão até à vitória dos Aliados. Esteve em várias frentes de combate, nomeadamente nos desembarques do norte de África (1942) e da Sicília (1943). Foi durante esta última operação que este antigo paquete norueguês resgatou os sobreviventes do «Talamba», navio-hospital dos Aliados afundado pelo inimigo. Estima-se que, durante a guerra, o «Bergensfjord» tenha percorrido 300 000 milhas náuticas e transportado 165 000 combatentes da coligação anti-hitleriana. O navio foi vendido, em 1946, a uma companhia panamiana de navegação, que lhe deu o novo nome e «Argentina» e o colocou numa linha, que transportou (a partir de Génova) inúmeros emigrantes para a América do sul e central. Em 1953, nova transacção levou o navio até ao porto de Haifa –onde foi registado, pela Zim, com o nome de «Jerusalém»- e passou a realizar viagens (fez 11 travessias de ida e volta nessa rota) entre esse porto israelita e Nova Iorque. Em 1957, mudou, novamente, o seu nome para «Aliya» e passou a operar entre Haifa e Marselha. E, finalmente, em Agosto de 1959, hasteou bandeira italiana. Por um breve período : o da travessia Haifa-La Spezia, onde, ainda nesse ano, o antigo «Bergensfjord» foi desmantelado.

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