terça-feira, 3 de maio de 2016

«SANTOS AMARAL»

Afinal, pouca coisa se conhece sobre este navio. Sabe-se desta barca de 3 mastros e com casco em madeira, que foi construída, em 1876, nos estaleiros escoceses da firma R. Duncan & Co., a laborar em Port Glasgow e que usou o nome de «Polynesian» até 1900. No último ano do século XIX passou para as mãos do armador José Nogueira Pinto, Sucessores, com sede no Porto, foi registada na capitania do Douro com o nome de «Venturosa» e passou a hastear a bandeira azul e branca do Reino de Portugal. Apresentava uma arqueação bruta de 877,76 toneladas e media 59,12 metros (Pp) de comprimento por 9,94 metros de boca e por 5,89 metros de pontal. Transportava carga geral para destinos nacionais e para portos estrangeiros e funcionava com uma tripulação de 13 homens. Foi um dos navios que, em 1909 -aquando das grandes cheias do rio Douro- sofreu avarias graves, visto ter protagonizado um choque violentíssimo com o lugre norueguês «Jarstein», que lhe quebrou o mastro de mezena e lhe partiu as amarras. Desgovernada, a barca «Santos Amaral» (como já então se chamava, depois de ter sido adquirida pelo empresário de mesmo nome) foi encalhar na Cantareira; não sem que antes, tenha colidido com outro navio nórdico, o vapor «Sylvia», também ele de bandeira norueguesa. Depois de terem sido reparados os desgastes causados nesse tempestuoso e memorável dia (nomeadamente um rombo na roda de proa), este navio voltou a navegar no início do ano seguinte. Afundou-se no porto de Nova Orleães a 28 de Setembro de 1915, na sequência de um ciclone, que açoitou aquela cidade da Luisiana e sua região. Toda a tripulação da barca portuense sobreviveu, graças à intervenção atempada de barcos salva-vidas. Notas : a fotografia anexada é da autoria de David B. da Silva e foi publicada na «Ilustração Portuguesa» em 1912. E a informação aqui esplanada foi essencialmente colhida no excelente e mui útil blogue 'Navios e Navegadores', que daqui saúdo.

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