domingo, 27 de março de 2016

«TARAPACA»

Veleiro francês de 4 mastros construído, em 1886, nos estaleiros de William Bruce Thompson  (em Whiteinch, perto de Glásgua) para o armador Bordes. Era um navio com casco de aço e com uma arqueação bruta de 2 506 toneladas. Armava em galera e media 92,63 metros de comprimento por 13,48 metros de boca. O seu calado era de 7,10 metros. Destinado ao comércio dos nitratos com o Chile, este grande veleiro tomou o nome de uma região desse país da América do Sul. O primeiro incidente de monta da sua carreira ocorreu -em Março de 1901- nas paragens do terrífico cabo Horn e saldou-se pela morte de três dos seus marinheiros. Logo em Setembro desse mesmo ano, o «Tarapaca» (2º do nome) chocou violentamente com o molhe de La Palice, sofrendo um rombo de 2 metros abaixo da linha de flutuação, o que requereu cinco intensos dias de trabalhos para recuperar o navio e salvar a sua carga. Parece que os tempos que intermediaram entre esse difícil ano e 1917 as coisas melhoraram significativamente para o navio e para as suas tripulações, pois não há outros registos de problemas. Mas, a 25 de Maio desse penúltimo ano da Grande Guerra, quando regressava de Iquique com 4 000 toneladas de salitre, este navio foi surpreendido, em pleno Atlântico (mas já ao alcance das costas europeias), pelo submarino germânico «U-52»; que, a tiros do seu canhão de 105 mm, o intimou a interromper a sua viagem. Investido o veleiro e aprisionado (para interrogatório) o seu comandante, alguns homens do submersível inimigo procederam à instalação de cargas explosivas no veleiro francês; que o meteram a pique. Isso, depois de toda a equipagem do «Tarapaca» ter sido colocada a bordo das baleeiras e poder sobreviver, assim, à destruição do seu veleiro.

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