quarta-feira, 4 de abril de 2012

«SANCT SVITHUN»


O nome deste navio faz referência ao padroeiro da cidade de Stavanger, seu porto de registo. O «Sanct Svithun» era um vapor de 1 376 toneladas destinado ao transporte de passageiros. Construído num estaleiro da antiga Cidade Livre de Dantzig e lançado à água em 1927, o navio foi encomendado pelo armador Det Stavangerske Dampskibsselskab, que o colocou na famosa linha 'Hurtigruten', que percorre todo o litoral norueguês. Este navio foi dotado, em 1931, com um novo espaço para carga frigorífica, de modo a poder transportar, nas melhores condições, o peixe exportado dos portos do norte do país para os mercados consumidores do sul da Noruega. O «Sanct Svithun» também recebeu, nessa altura, aparelhagem de telegrafia sem fio. Era muito apreciado pelos seus utilizadores (regulares ou eventuais) pelas suas qualidades náuticas, mas também pelo conforto que lhes proporcionava. Media 71,93 metros de comprimento por 10,73 metros de boca. Estava equipado com 1 máquina 'Compound' de 4 cilindros, que desenvolvia 1 650 cv de potência. A sua velocidade máxima era de 14 nós. O «Sanct Svithun» podia acolher 100 passageiros de 1ª e 82 de 3ª classe. Depois da invasão e conquista da Noruega pelas tropas hitlerianas (em Abril de 1940), o navio continuou no tráfego de passageiros, mas recebeu a bordo uma pequena guarnição alemã, que operava armamento antiaéreo. Este material de guerra não impediu o navio de ser alvejado e incendiado -a 30 de Setembro de 1943- por uma formação de 6 aviões Bristol 'Beaufighter' da R.A.F., quando navegava no seu percurso habitual (na direcção norte-sul), ao largo da península de Stad. O capitão do navio conseguiu encalhar o «Sanct Svithun» numas ilhotas rochosas, o que permitiu salvar 76 passageiros e membros de equipagem. Contabilizou-se, no entanto, a morte de mais de 40 pessoas, incluindo a quase totalidade dos militares alemães. Poucos dias depois deste mortífero incidente, a carcaça calcinada do navio foi arrastada pelas marés, afundando-se em águas profundas. O naufrágio deste navio teve repercussões muito negativas junto da opinião pública norueguesa. A tal ponto, que o próprio movimento nacional da resistência local reagiu, enviando uma mensagem de protesto ao governo norueguês exilado em Londres, criticando o ataque britânico a um inofensivo navio de passageiros. Em 1970 foi inaugurada na aldeia de Ervik (cujos habitantes socorreram e acolheram os náufragos do «Sanct Svithun») uma capela consagrada à memória das vítimas do navio.

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