sábado, 12 de novembro de 2016
«ATLANTE»
Este navio foi lançado à água, em 1894, pelos estaleiros da companhia Wigham Richardson, de Newcastle (GB), com o primitivo nome de «New Londoner»; e navegou sob pavilhão britânico até 1910. Nesse ano, passou a hastear bandeira espanhola, depois de ter sido adquirido pela Sociedad Navigación y Industria, que o rebaptizou com o nome de «Atlante» e o registou em Barcelona. Navio misto (passageiros e carga), mudou novamente de mãos em 1918, ao ser vendido à Compañia Transmediterranea, da qual foi propriedade até 1940. Foi nesse ano que, por se encontrar obsoleto, que este navio foi vendido como sucata e desmantelado num estaleiro de Puerto Mahón, na ilha balear de Minorca. Navio de 2 cobertas, deslocava (em plena carga) 2 707 toneladas e media 89,10 metros de longitude por 10,24 metros de boca. O seu calado não excedia 4,10 metros. A sua propulsão era assegurada por 1 máquina a vapor de tripla expansão com uma potência de 390 nhp. A sua velocidade de cruzeiro era da ordem dos 14 nós. Estava preparado para receber 110 passageiros. Depois de ter navegado (por conta dos seus proprietários ingleses) em águas dos mares da Mancha e do Norte, passou a operar (ao serviço dos seus patrões espanhóis) para as Canárias (na linha Barcelona-Cádiz-Santa Cruz de Tenerife) e, posteriormente, da chamada Cidade Condal para as Baleares e portos do norte de África. A sua fama advém-lhe, no entanto, do facto de, em 1936 -durante a Guerra Civil de Espanha- ter sido arrestado por forças republicanas em Puerto Mahón e de, ali, ter sido transformado em navio-prisão; onde muitos detidos sofreram dos maus-tratos dos seus carcereiros, antes de 75 deles (entre os quais se encontravam padres) serem fuzilados, na sequência de um bombardeamento aéreo franquista, que fez vítimas na cidade. Enfim, os horrores da guerra...
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