
domingo, 27 de março de 2016
«TARAPACA»

«ESMERALDA»
Muito provavelmente construído em Lisboa -no arsenal da Ribeira das Naus- no ano de 1498, presume-se que o navio «Esmeralda» tenha sido idêntico a tantos outros ali concebidos e fabricados para a famosa Carreira da Índia. Sabe-se que esta nau pertenceu à segunda armada (de 20 velas) que Vasco da Gama levou ao Oriente e que zarpou da capital do Reino a 10 de Fevereiro de 1502. Também é do conhecimento geral que a «Esmeralda» (que era uma das unidades de maior porte da frota do Gama) foi comandada por Vicente Sodré, tio materno do grande navegador sineense. É igualmente notório que a nau em apreço foi a capitânia de uma flotilha que, em Novembro daquele mesmo ano, participou no bloqueio de Calecute, cidade indiana precedentemente bombardeada pelo futuro conde da Vidigueira. Na Primavera de 1503, a «Esmeralda» patrulhava mares arábicos, perto da entrada do golfo Pérsico, quando foi surpreendida por uma forte tempestade que lhe foi fatal. A nau de Vicente Sodré afundou-se, em data indeterminada do mês de Maio, a pouca distância da ilha de Al Hallaniyah, que hoje pertence ao sultanato de Omã. O Ministério do Património e da Cultura desse estado árabe e a Blue Water Recoveries, uma empresa britânica especializada na recuperação de navios imersos, anunciaram que os restos do seu naufrágio foram descobertos em 1998 e que a sua exploração sistemática foi iniciada já no século XXI. E mostraram, muito recentemente, em Mascate, parte do espólio recuperado da velha nau portuguesa : cerca de 3 000 artefactos, que confirmam que este é, garantidamente, «o mais antigo navio luso da era das Descobertas a ser encontrado e estudado cientificamente por uma equipa de arqueólogos e outros especialistas». No entanto, alguns historiadores mantêm uma atitude céptica em relação ao achado. Curiosidade : a nau aqui representada não é a «Esmeralda», mas um navio contemporâneo das armadas de D. Manuel I.
«VIKING»

O «Viking» é uma elegante barca de 4 mastros, construída, em 1906, nos estaleiros da firma Burmeister & Wain, de Copenhague. Com casco de aço, este veleiro apresenta 2 959 toneladas de arqueação bruta e mede 118 metros de comprimento fora a fora por 13,90 metros de boca. O seu calado cotava (no tempo da sua actividade) 7 metros. E o seu sistema vélico, composto por 32 panos, apresentava uma superfície total de 2 850 m2. O «Viking» era um cargueiro rapidíssimo (que bateu recordes de velocidade) e que, até meados do século XX, transportou, por todos os oceanos e mares do mundo, mercadorias tão diversas como cereais, sal, carvão, madeira, guano, cimento e material de construção. Em vésperas da Segunda Guerra Mundial este soberbo navio -que também chegou a hastear pavilhão da Finlândia- esteve ameaçado de desmantelamento; mas, por intervenção do governo da Suécia, que o adquiriu em 1950, escapou ao camartelo. Com base, desde então, no porto de Gotemburgo, o «Viking» já serviu ali de escritório comercial de diferentes firmas da cidade, já foi escola de marinheiros e é, agora, uma hospedaria de luxo (o Hotel Barken Viking) a funcionar no parque de atrações de Liseberg.
«LA SAVOIE»

A barca «La Savoie» é a réplica moderna de uma típica embarcação de carga do lago Léman; que ali navegou em finais do século XIX. Hasteia bandeira francesa e o seu porto de abrigo é o de Évian. Lançada à água no ano 2000, esta barca desloca cerca de 80 toneladas e mede 35 metros de comprimento por 8,50 metros de boca. O seu calado é inferior a 1 metro. Com casco em madeira e 2 mastros, esta embarcação enverga pano latino, mais precisamente 2 velas com uma superfície conjugada de 350 m2. Foi construída no porto de Rives, em Thonon-lès-Bains, pelos membros de uma associação presidida pelo professor Christian Fernex, um acérrimo defensor do património local. A presença destas embarcações no lago Léman (também chamado lago de Genebra) é assinalada desde o século XV e certas fontes dão o desenho das ditas como sendo de origem italiana. Evidenciaram-se, durante muito tempo, por terem carregado pesados blocos de pedra, que serviram na construção de imóveis em cidades (nomeadamente Genebra) da região. Várias embarcações deste tipo foram restauradas ou -como esta- construídas de raiz e navegam, hoje, com turistas, no seu lago de origem.
«DISCOVERY»

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