terça-feira, 13 de novembro de 2012

«ESPAGNE»

O paquete «Espagne» foi o único navio de grande porte encomendado pela C.G.T (Compagnie Générale Transatlantique) aos Chantiers et Ateliers de Provence, sedeados na cidade francesa de Port-de-Bouc. E isso, por intervenção pessoal e directa de Charles Roux, presidente daquela casa armadora em 1910. O «Espagne» era um navio com 4 467 toneladas de arqueação bruta, que media 164,38 metros de longitude por 18,57 metros de boca. Dispunha de 1 máquina de tripla expansão desenvolvendo uma potência de 14 000 cv e de 2 hélices, conjunto propulsor que lhe facultava uma velocidade de cruzeiro de 18 nós. Afectado às linhas da Transat com o México, este navio chegou a ser o maior de todos os paquetes a operar entre o porto do Havre e a América Central e as Antilhas. A partir de 1915 (já em plena Grande Guerra), o «Espagne» também assegurou uma linha com Nova Iorque, mas com partidas de Bordéus; o que permitia poupá-lo aos perigos (causados pelos submersíveis alemães) do mar da Mancha e do norte do golfo de Gasconha. Em 1916, tal como muitos dos seus congéneres, o paquete «Espagne» foi mobilizado pelas autoridades navais do seu país, passando a dedicar-se ao transporte de tropas; tarefa que executou, sem problemas dignos de menção, até ao fim do conflito. Reabilitado depois da guerra, o navio em apreço voltou ao serviço civil em 1920. Para a linha do México, na qual se estreara, mas com partidas de Saint Nazaire. Essa situação durou até 1931. Considerado obsoleto, o «Espagne» foi vendido em 1932 para a sucata e desmantelado, em 1934, no referido porto do sul da Bretanha. Nos anos 30 (do século passado, obviamente), alguns pintores de grande prestígio, como Sébille e Sandy Hook, tomaram-no como modelo e representaram-no em bonitos cartazes publicitários encomendados pela Compagnie Générale Transatlantique.

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