domingo, 12 de agosto de 2012

«BOA VIAGEM»



Varino do Tejo construído –por volta de 1930- num estaleiro não-identificado do estuário do maior rio ibérico. Sabe-se que esta embarcação se chamou primitivamente «Albano I», do nome do seu proprietário. E que, durante cinco décadas, transportou, entre as duas margens do Tejo, materiais e produtos tão diversos como a cortiça, a farinha, o sal, o ferro e a areia. Era tripulado por 4 homens : o arrais (geralmente o mais velho e profissionalmente o mais experiente dos membros da equipagem), dois camaradas e um moço. Este veleiro sobreviveu (contrariamente à grande maioria dos seus congéneres) graças à acção desenvolvida pela Câmara Municipal da Moita, que promoveu o seu restauro e o repôs a navegar em 1981. O «Boa Viagem», que hoje assegura passeios pelo estuário do Tejo por iniciativa daquele município, é uma bonita embarcação com um único mastro (inclinado para a ré e chegado à vante do varino), que apresenta 37,92 toneladas de arqueação bruta e que mede 20,64 metros de comprimento, 5,25 metros de boca e com 1,45 metro de pontal. O mastro desta embarcação (que tem uma capacidade de carga de 200 toneladas) arvora uma vela de estai e um pano quadrangular de grandes dimensões. A sua proa (mas não só) está -como mandava a tradição- decorada com bonitos motivos picturais; que eram, geralmente, da autoria e/ou ao gosto da sua tripulação. Em 2011, o varino «Boa Viagem» foi submetido a profundos trabalhos de restauro (executados no estaleiro de Sarilhos Pequenos), durante os quais se recorreram a técnicas ancestrais de carpintaria naval. Essa indispensável intervenção absorveu importantes recursos financeiros da Câmara da Moita, que, a justo título, considera este varino como uma das peças mais valiosas do seu espólio e ao qual, aliás, já conferiu o estatuto de ‘Bem Cultural de Interesse Municipal’.

1 comentário:

  1. Muito Obrigada pela informação...
    é um Barco fantástico e bonito de se ver...
    já tive o prazer de estar a bordo e de me cruzar com ele algumas vezes no Tejo...

    Vê-lo deslizar em nossa direcção com a sua vela cheia com vento de poupa... é algo de que nunca me vou esquecer...

    CUMP

    Edgar

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