domingo, 24 de julho de 2011

«AURELIA»


Este paquete foi construído em 1938 no estaleiro Blohm und Voss de Hamburgo para a companhia HAPAG. Foi lançado à água com o primitivo nome de «Huascaran» e utilizado nas linhas Hamburgo-Génova e Hamburgo-América do sul. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o paquete foi requisitado pela ‘Kriegsmarine’ e enviado, posteriormente, para águas da Noruega ocupada, onde serviu como navio de apoio técnico à frota de submarinos. Depois do armistício, esta unidade foi entregue ao governo canadiano como parte das compensações de guerra que lhes eram devidas pela Alemanha. O navio sofreu, então, em Liverpool, uma substancial restauração e foi vendido (em 1947) à Canadian Pacific Cº, que lhe modificou o nome para «Beaverbrae» e o utilizou, essencialmente, no transporte de emigrantes europeus para o Canadá. Muitos desses emigrantes eram refugiados do leste europeu e partiam do porto de Bremen para refazer as suas vidas no Novo Mundo. Calculou-se que este paquete tenha feito, em sete anos, 51 viagens transatlânticas e transportado 38 000 refugiados. Em finais de 1954, o navio foi transferido para a frota da Compagnia d’Armamento Genovesa e colocado na linha da Austrália (via canal de Suez), para onde transportou, igualmente, um número elevado de emigrantes. Em 1970, o ex-«Huascaran», ex-Beaverbrae», ex-«Aurélia», já devidamente registado no porto do Pireu, navegava com bandeira grega ao serviço da armadora Chandris. Nessa fase da sua vida, o paquete navegou, sobretudo, no Mediterrâneo, mas também no Índico e no Atlântico sul, servindo alguns portos da África austral e do Brasil. Operou em águas deste último país com as cores da companhia Lloyd Brasileiro, que o fretou para cruzeiros. Em finais dos anos 70, o navio (agora inteiramente ao serviço da indústria turística) passou para as mãos da armadora Romanza S.A. e foi registado no Panamá com o seu quarto nome : «Romanza». Bastante envelhecido, o antigo paquete alemão encalhou no mar Egeu, em 1979, mas foi recuperado e vendido, sucessivamente, a dois armadores cipriotas, que com ele organizaram cruzeiros turísticos ao Egipto e à Terra Santa. Mas em Outubro de 1997, o agora chamado «Romantica» foi praticamente destruído por um incêndio no porto de Limassol. Irrecuperável, foi rebocado para Alexandria, no Egipto, onde em 1999, foi desmantelado. Aquando da sua construção, o navio apresentava-se como uma unidade de 10 480 toneladas de arqueação bruta, com 148,60 metros de comprimento por 18,30 metros de boca. Navegava à velocidade de cruzeiro de 15 hora e podia receber 1 124 passageiros. Estes dados foram, naturalmente, alterados em função dos restauros e das modernizações que recebeu ao longo dos seus 60 anos de vida.

2 comentários:

  1. Tengo una preciosa maqueta de este navío, mide 115x27x50 cms.
    Por si fuese de su interés conocerla, mi correo es
    vinoeu@gmail.com

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  2. Em 1977 fiz meu primeiro Cruzeiro no M/N ROMANZA saindo do Rio de janeiro.

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