
Navio de guerra do ducado de Bretanha. Foi mandado construir em finais do século XV, talvez em 1498, pela duquesa Ana (também rainha de França), que queria proteger o seu território e os seus súbditos dos frequentes ataques ingleses. Dispunha (segundo informações provavelmente exageradas) de uma guarnição de 1 200 homens e alinhava 200 canhões. Esteve no mar Mediterrâneo entre 1501 e 1504, tendo ali participado na campanha de Mitilene do lado dos genoveses, ainda inconformados pela perda dessa ilha para os turcos. O fim do «Marie Cordelière» (ou «La Cordelière», nome pelo qual também era conhecido) foi dos mais trágicos. Ocorreu em 10 de Agosto de 1512 -dia de São Lourenço- na enseada de Brest. A bordo do navio-almirante do ducado de Bretanha dava-se, nesse dia, uma sumptuosa recepção e o poderoso vaso de guerra estava, então, pejado de convidados. Foi nessa altura que uma força naval inglesa tentou entrar no porto de Brest. O capitão do «Marie Cordelière» -Henri de Portzmoguer- levou a grande nave (com os festeiros a bordo) ao encontro do adversário, conseguindo abordar o «Regent», um dos navios invasores. Mas, quando se apercebeu que o combate lhe seria desfavorável cometeu um acto tresloucado. Gritou : «vamos festejar São Lourenço, que morreu pelo fogo !»; incendiando, depois, o paiol do seu navio, que explodiu e soçobrou. Ao mesmo tempo, como é óbvio, que o inglês «Regent». Rezam as crónicas que, na catástrofe provocada pelo capitão de Ana de Bretanha, morreram mais de 2 000 pessoas.
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