Concebido para o rendoso negócio do chá, este gracioso ‘clipper’ de bandeira norte-americana foi construído em Portsmouth (New Hampshire), no ano de 1850, pelo estaleiro naval de George Raynes. O seu primeiro armador foi a companhia Grinnell & Minturn, de Nova Iorque. Era uma galera com 3 paus e casco de madeira, medindo 65 metros de comprimento por 12 metros de boca. Para além do Oriente, com passagem pelo Horn, o «Sea Serpent» também se especializou nas viagens para a Califórnia, para onde, no seu tempo, afluíam milhares de pessoas possuídas pela febre do ouro. Também esteve implicado no comércio de madeiras com a Europa. Navio rapidíssimo, este ‘clipper’ foi o protagonista de vários e famosos confrontos com alguns dos veleiros mais rápidos da sua época, tais como, por exemplo, o «Stag Hound» ou o «Sea Witch». Entre Maio de 1874 e Maio de 1875, o «Sea Serpent» conheceu dois novos proprietários : o sr. Christophersen (que era cônsul da Noruega em Nova Iorque) e a companhia Th. O. Olsen, de Tonsberg. Passou a arvorar, desde logo, pavilhão desse país da Escandinávia e a usar o nome de «Progress». Em 1883 foi vendido a Lorentz Rafen, de Holmestrand, também ele norueguês. Em 12 de Junho de 1891, durante uma viagem -com uma carga de madeiras- entre Quebeque e Dublim, o navio foi (por obscuras razões) abandonado pela sua tripulação de 17 homens. Os botes salva-vidas e os seus ocupantes seriam resgatados do oceano pelo navio britânico «Gulnare» uma semana mais tarde. No dia 18 de Outubro (de 1891) o antigo «Sea Serpent», que derivara 1 120 milhas náuticas desde que fora evacuado pela sua equipagem, foi avistado pela barca «Ardgowan» e, depois disso, a sua deriva foi observada 19 vezes por outros navios. Até que desapareceu definitivamente. Certamente engolido pelas águas gélidas e sombrias do Atlântico norte.
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