sexta-feira, 3 de agosto de 2012
«AÇOR»
Este navio foi construído no estaleiro da firma Roberts & Cº, de Seacombe (Inglaterra), em ano indeterminado da segunda metade do século XIX. O seu primitivo nome foi «Ballina» e o seu primeiro proprietário foi a companhia de navegação Iris Sea Passenger Steamers, que o conservou até 1875. Era um navio misto (vela/vapor), com casco de aço e 335 toneladas de deslocamento. Media 41,50 metros de comprimento por 5,80 metros de boca. Podia navegar à velocidade máxima de 9 nós. Veio para Portugal no ano de 1885, depois da sua aquisição por Alberto B. Centeno, que o baptizou com o nome de «Algarve». Segundo certas fontes, terá também navegado em águas nacionais com o nome de «Gomes 2º». O que é certo é que, em finais do século XIX, foi vendido à Armada Portuguesa, que lhe deu o designativo de «Açor» e o transformou numa canhoneira. Esse seu estatuto justificava-se pelo facto de ter sido artilhado com 1 peça Hotchkiss de 47 mm. Na sua qualidade de navio militar, tinha uma guarnição composta por 53 homens, dos quais 4 eram oficiais. O navio «Açor» -que estava equipado com 1 máquina a vapor e 360 cv- foi uma das unidades incumbidas da fiscalização das nossas costas marítimas e aquela que foi afectada à zona (mais vasta e mais desguarnecida) dos Açores e Madeira; que tinha, então, a sua sede em Ponta Delgada. Mas este navio também chegou a cumprir missões no Algarve, para o Corpo da Guarda Fiscal estacionado em Faro. De referir, é o facto deste navio e congéneres terem sido colocados sob a autoridade do ministério da Fazenda, só se submetendo à Marinha no que respeitava as vertentes disciplinar e administrativa. Em finais da Grande Guerra, mais precisamente em Outubro de 1918, coube ao «Açor» resgatar os náufragos do caça-minas «Augusto de Castilho», afundado ao largo dos Açores pelo submarino germânico «U-139». Em 1923, o «Açor» foi transformado e passou a servir, no seio da Armada, como navio-hidrográfico. Nessa sua nova condição, executou missões científicas tanto no Atlântico como no estuário do rio Tejo. O velho «Açor» foi desactivado e abatido ao efectivo dos navios da Armada em 1933; e vendido para demolição no ano seguinte.
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