sexta-feira, 3 de agosto de 2012

«AMERICA»


Este grande paquete norte-americano teve uma vida tão atribulada que viu o seu nome modificado oito vezes ! Chamou-se «America», de 1940 (ano da sua entrada ao serviço) até 1941; «West Point», entre 1941e 1946; de novo «America», de 1946 a 1964; «Australis», entre 1964 e 1978; «America», outra vez, durante um curto espaço de tempo do ano de 1978; «Italis», de 1978 a 1980; «Noga», entre 1980 e 1984; «Alferdoss», de 1984 a 1993; e «American Star», em 1994, ano do seu encalhe e destruição. Durante todo esse tempo mudou também várias vezes de nacionalidade e de bandeira. O «America» foi realizado, na Virgínia, pelo estaleiro Newport News Shipbuilding and Dry Dock, que o lançou à água no dia 31 de Agosto de 1939. O seu comanditário e primeiro armador foi a United States Lines, de Nova Iorque, companhia que foi, igualmente, a proprietária do seu gémeo «United States». O navio em apreço deslocava 35 450 toneladas e media 220,40 metros de longitude por 28,40 metros de boca. As suas máquinas desenvolviam uma potência de 27 900 kW, força que lhe permitia navegar à velocidade máxima de 22 nós. Este paquete, que tinha uma tripulação de 643 membros e que podia acolher (no início da sua carreira) 1 202 passageiros, teve por madrinha a própria esposa do presidente Franklin D. Roosevelt. Devido à eclosão da Segunda Guerra Mundial, que o impediu de navegar (como fora previsto) entre os E.U.A. e a Europa, o «America» realizou, nos seus primeiros tempos de vida activa, cruzeiros às Antilhas e à Califórnia. Em fins de 1941, com a implicação dos ‘states’ no conflito, o navio foi requisitado pelas autoridades militares e transformado em transporte de tropas. Tarefa que efectuou até 1946, sob o nome de «West Point». Estima-se que, durante a sua carreira militar, este navio tenha transportado 350 000 pessoas, essencialmente militares. Reconstruído (operação que custou 6 milhões de dólares !) e devolvido à vida civil, o navio passou a operar entre Nova Iorque e o porto normando do Havre. Mas também no mar das Caraíbas, durante a chamada estação morta. A partir de inícios da década de 60 (do século passado, obviamente) passou a haver instabilidade no transporte marítimo, devido à concorrência dos aviões de longo curso. O «America» passou, desde logo, a andar de mão em mão e a navegar em diferentes regiões do globo, em função da conveniência dos seus armadores, maioritariamente de nacionalidade grega. No início dos anos 90, o navio foi alvo de um projecto, que visava fazer dele um hotel flutuante (o «American Star») em Phuket, famosa estância balnear da Tailândia. Mas, no dia 15 de Janeiro de 1994, quando o velho navio, era rebocado para o seu destino asiático, uma tempestade violentíssima atirou-o para a praia de Garcey –na costa da ilha canarina de Fuerteventura- onde o ex-«America» se partiu em dois e onde foi, progressivamente, desmantelado pela violência do mar e do vento…

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