domingo, 5 de agosto de 2012
«ÎLE-DE-FRANCE»
Paquete de bandeira francesa pertencente à frota da C.G.T. – Compagnie Générale Transatlantique. Foi construído nos estaleiros navais de Saint Nazaire em 1927 e destinado à carreira Havre-Nova Iorque, a linha mais prestigiosa do seu armador. Com 43 153 toneladas de arqueação bruta, o «Île-de-France» media 241,30 de comprimento por 28 metros de boca. O seu sistema propulsor desenvolvia uma potência de 60 000 cv, força que lhe permitia navegar à velocidade de cruzeiro de 24 nós. Podia acolher 1 786 passageiros distribuídos por várias classes. Este transatlântico de linhas clássicas, que foi, no seu tempo, um dos mais belos e luxuosos paquetes do mundo, dispunha dos serviços de um hidroavião privativo (catapultado), que encaminhava o correio para o porto de destino, muito antes da chegada e da atracação do navio. A declaração de guerra da França (e da Grã-Bretanha) à Alemanha nazi, em 1939, apanhou-o no porto de Nova Iorque, onde permaneceu até Março de 1940. Com a intensificação do conflito, o navio foi confiado às autoridades britânicas, que, ainda nesse ano, o puseram à disposição da Cunard Line. Companhia que o colocou ao serviço das forças armadas e o utilizou no transporte de material militar para Singapura. Depois da capitulação da França e da invasão desse país pelos exércitos hitlerianos, o paquete voltou ao Atlântico sob escolta e recolheu a Nova Iorque para ali ser adaptado ao transporte de tropas. Função que exerceu durante todo o conflito. Terminada a guerra, o navio foi devolvido à C.G.T., sua legítima proprietária, e reabilitado, passando a navegar entre Cherburgo e a Cidade dos Arranha-Céus. Este paquete foi modernizado em 1947 no estaleiro que o havia construído. Nessa ocasião a sua silhueta modificou-se, já que uma das suas três chaminés foi eliminada. Os interiores também sofreram substanciais alterações, reduzindo-se o número de passageiros para 1 345. Assim, completamente renovado, o navio voltou às suas habituais andanças entre a Europa e a América do norte. No seu historial pós-guerra consta o salvamento (em Setembro de 1953) da equipagem do navio de pavilhão liberiano «Greenville» e o resgate (a 26 de Setembro de 1956) de 753 náufragos do malogrado paquete italiano «Andrea Doria». O velhinho «Île-de-France» foi vendido para a sucata (à sociedade japonesa Yamamoto) em Dezembro de 1958; que, já com o derradeiro e efémero nome de «Furanzu Maru», procedeu ao seu reboque para Osaca, cidade onde o paquete foi desmantelado no ano seguinte.
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