quinta-feira, 20 de setembro de 2012
«VROUW MARIA»
O nome neerlandês deste navio mercante (construído em Amesterdão em data indeterminada da segunda metade do século XVIII) significa, na nossa língua ‘Senhora Maria’. Trata-se de um brigue (ou de uma escuna, como o pretendem certas fontes ?) de modesta tonelagem, que inscreveu o seu nome na História marítima graças à sua derradeira e catastrófica viagem. Viagem que começou (na sua cidade de origem) no dia 5 de Setembro de 1771 e que deveria terminar nas águas do rio Neva, em São Petersburgo, então capital da Rússia Imperial. Cidade para onde o navio (sob comando de Raymund Lourens) seguia com um carregamento de produtos de consumo corrente (açúcar, café, tecidos, etc), mas constituído, também, por obras de arte, todas adquiridas na Holanda pelos agentes da Grande Catarina. Depois de uma viagem inicial sem história, o «Vrouw Maria» foi assaltado, no mar Báltico, por uma medonha tempestade e foi encalhar (a 3 de Outubro) na costa rochosa de uma das ilhas Aland, que são, hoje, território da Finlândia. A tripulação do navio holandês esforçou-se para salvar o precioso carregamento, mas nada mais conseguiu -antes do seu afundamento definitivo- do que sacar do seu bojo meia dúzia de objectos. O naufrágio do «Vrouw Maria» caiu no esquecimento, até que, em 1979, voltou a ser notícia, depois da publicação de um livro intitulado «Sjunkna Skepp» publicado por um investigador no Arquivo Nacional da Finlândia, o Dr Ahlström. Os restos do navio acabaram por ser descobertos pelos mergulhadores de uma associação finlandesa criada para o efeito; mas a polémica está instalada entre estes e os seus vizinhos russos, que desejam, muito legitimamente, recuperar a totalidade (ou parte) dos artefactos adquiridos com os dinheiros da czarina. O futuro dirá se se fará uma tentativa de recuperação dos mesmos e como se estabelecerá a sua partilha. Nota : infelizmente não se conhecem as características físicas do navio em apreço. Dele pouco ou nada mais e sabe do que aqui fica dito.
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