sábado, 15 de setembro de 2012

«TENTADOR»



O lugre «Tentador» foi construído -em 1910- no estaleiro de Manoel Gonçalves Amaro, de Vila do Conde. Sabe-se que apresentava 188 toneladas de arqueação bruta e que media 36,22 metros de comprimento entre paralelas, por 8,30 metros de boca e por 3,49 metros de pontal. Nunca foi equipado com motor auxiliar; o que, naquele tempo, era comum entre os navios do seu tipo. Outras informações dão-no como um veleiro com casco em madeira, três mastros, proa de beque e popa redonda. Essas característica são, aliás, visíveis na única fotografia do lugre «Tentador», que foi publicada, aquando da sua construção, pela revista «Ilustração Portugueza». Pertenceu à frota da Parceria de Pescaria Portuense, empresa gerida por José Joaquim Gouveia (à qual o navio custou 5 000 escudos) e que o registou na capitania da Cidade Invicta. O seu primeiro capitão foi Henrique Gonçalves Vilão, que o comandou até 1912. Desconhece-se o nome do seguinte ou seguintes patrões deste veleiro. Segundo as raras fontes disponíveis, este lugre só fez uma campanha de pesca ao bacalhau nos longínquos e frígidos mares da Terra Nova : a de 1913. O resto da sua actividade foi consagrada ao transporte de carga geral. Este veleiro perdeu-se num naufrágio, ocorrido em 18 de Fevereiro de 1914, ao largo de Almeria, quando navegava de Mazarrón (localidade costeira da região de Múrcia) para o Porto. Conhecem-se as causas do desastre (forte temporal), mas não temos referências sobre as prováveis vítimas causadas pelo sinistro.

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