quinta-feira, 20 de setembro de 2012
«LADY MARY WOOD»
Navio mercante do século XIX, que fez parte da frota da companhia de navegação britânica P. & O.. Embarcação mista (vela/vapor), o «Lady Mary Wood» foi construído em Liverpool -no ano de 1842- pelo estaleiro naval da firma Thomas Wilson & Cº.. Com 2 mastros e uma altaneira chaminé (implantada a meia nau) este navio estava equipado com uma máquina de 250 ihp de potência, acoplada a duas rodas laterais de palhetas. Este navio apresentava 650 toneladas de arqueação bruta e media 49 metros de comprimento por 7,80 metros de boca. O seu calado atingia uma cota ligeiramente superior a 5 metros. Concebido para transportar 110 passageiros e 200 toneladas de carga geral, o «Lady Mary Wood» tinha uma tripulação variável, mas nunca inferior a oito dezenas de homens. Fez a sua viagem inaugural para os portos da península Ibérica em 1842, mas, dois anos mais tarde foi afectado às linhas que o seu armador estendeu para o Oriente, passando a assegurar carreiras para a Índia, Singapura e China e entre portos desta região do mundo. Em 1848 teve papel preponderante numa acção do exército colonial britânico, ao transportar, rapidamente, de Trincomalee (Ceilão) para Madrasta, ½ batalhão de soldados europeus e 1 regimento inteiro de cipaios; facto que permitiu extinguir uma das muitas rebeliões fomentadas na chamada ‘Jóia da Coroa’ contra a soberania e os interesses da rainha Vitória. A carreira do «Lady Mary Wood» sob pavilhão da Grã-Bretanha prosseguiu nos mares da Ásia até Dezembro de 1858, quando foi vendido a uma empresa de nome CE Wermuth, CS van Heeckeren & Co, sedeada nas Índias Orientais Neerlandesas; região que começou a ligar comercialmente a diferentes portos da China. O seu novo proprietário mudou-lhe o designativo para «Oenarang». Este navio teve um último armador chamado WC de Vries -com sede em Batávia- que o adquiriu em 1862. O seu desmantelamento teve lugar num estaleiro da futura Jacarta no ano de 1867. Curiosidades : o famoso escritor William Makepeace Thackeray -autor das inolvidáveis obras «Feira das Vaidades» e «As Memórias de Barry Lyndon»- viajou (em 1844) neste navio, entre a Inglaterra e Gibraltar. O nome dado a esta unidade da Peninsular & Oriental Steam Navigation Company foi uma homenagem prestada à sua madrinha, que era a esposa de Charles Wood, secretário do Almirantado e futuro visconde de Halifax.
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