terça-feira, 11 de setembro de 2012
«PAUL LECAT»
Paquete francês, que pertenceu aos efectivos da Compagnie des Messageries Maritimes. O «Paul Lecat» foi realizado pelos estaleiros navais de La Ciotat, que o lançaram ao mar no dia 19 de Março de 1911. Deslocava 16 200 toneladas e media 161,30 metros de longitude por 18,80 metros de boca. Destinado à carreira Mediterrâneo-América do sul, este navio foi estudado para transportar mais de 1 300 passageiros, de entre os quais 826 eram ‘de porão’. As suas 2 máquinas a vapor de quádrupla expansão desenvolviam uma potência global de 11 000 cv, força que lhe autorizava uma velocidade de cruzeiro de 17 nós. Tinha dois irmãos no seio da C. M. M. : o «André Lebon» e o «Sphinx». Dizia-se deste navio (antes de 1914) que era o único paquete com destino aos portos do Brasil e da Argentina capaz de rivalizar em conforto com os mais categorizados navios da carreira da América do norte. Depois de ter sido transferido, em 1912, para a linha do Extremo Oriente, este navio foi mobilizado, logo após a eclosão da guerra contra os Impérios Centrais, pela autoridade militar e transportou tropas das nações aliadas (sobretudo francesas e coloniais) para os Dardanelos e outras frentes de combate. Tendo escapado, incólume, à guerra de 1914-18, o «Paul Lecat» retomou a sua actividade civil em 1919, numa carreira que, iniciada em Marselha, tinha o seu término em Yokohama, com uma escala intermediária em Xangai. Teve um fim trágico e prematuro no dia 21 de Dezembro de 1928, quando foi devorado pelas chamas em Marselha, quando ali se encontrava na doca seca para reparações. A sua carcaça foi rebocada para o porto d La Spezia, onde se procedeu (em Abril de 1929) ao seu desmantelamento. Curiosidades : Paul Lecat foi o nome de um prestigiado director da Compagnie des Messageries Maritimes. O navio em apreço serviu de quadro à acção do romance «Partir», da autoria de Roland Dorgelès.
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