sábado, 22 de setembro de 2012

«GRAF VON GOTZEN»



Embarcação alemã de 1 200 toneladas de deslocamento -que operou, simultaneamente, como navio de guerra e de transporte tropas- no lago Tanganica. Realizado em 1913 no estaleiro de Joseph L. Meyer, de Papenburg, na Baixa Saxónia, este vapor (que media 67 metros de comprimento por 10 metros de boca) foi desmontado e levado para a África Oriental Alemã logo após a sua construção. O navio foi, de novo, montado (em 1915), peça por peça, em Kigoma, acabando por ir reforçar o dispositivo militar tudesco naquela zona de África. Isso, depois de já ter alastrado ao Continente Negro o flagelo da Grande Guerra. Os principais rivais dos germânicos naquela região eram, naturalmente, os Britânicos do Quénia e do Uganda, mas também os Belgas do Congo e os Portugueses, que dispunham de forças militares no norte de Moçambique. Este navio -servido por uma guarnição de 40 homens- foi armado com 1 peça de 105 mm, com 1 outra de 88 mm e com mais 2 de 37 mm. Podia transportar, se necessário, 1 000 militares armados e equipados. Depois de se ter imposto como o navio mais poderoso a navegar nos lagos e rios africanos, o «Graf von Götzen» tornou-se, também, um alvo prioritário para os Aliados. Foi nessa perspectiva, que os Belgas organizaram, em meados do ano de 1916, um raide aéreo (a partir da sua base de Alberville) e atingiram posições militares germânicas em Kigoma. Nessa altura, os aviadores do rei Alberto I pretenderam ter afundado o navio alemão, o que, na realidade, não aconteceu. O «Graf van Götzen» foi, na verdade, sabotado –em 26 de Julho de 1916- pela sua própria tripulação, que, para evitar que ele caísse em mãos inimigas (numa altura em que as tropas inglesas se aproximavam da sua base), o naufragou na foz do rio Malagarazi. Este navio tornou-se quase uma lenda, quando os cinéfilos mais conhecedores de História o assimilaram ao navio alemão que, na fita «A Rainha Africana», foi transformado no alvo de Humphrey Bogart e de Katharina Hepburn, principais intérpretes da referida película. Curiosidade : o navio de guerra em apreço foi reemergido em 1927 pelos britânicos, que, depois de o terem transformado em navio de transporte civil, o colocaram em serviço no lago Tanganica; onde, ainda hoje, ele cumpre a missão de transportar passageiros da região e turistas por conta da empresa Tanzania Railways Corporation. Devido à sua avançada idade e à sua importância histórica, esta embarcação –que, desde a sua recuperação, se chama «Liemba»- está ‘condenada’ a tornar-se num navio-museu. Projecto que já está a ser estudado pelas autoridades locais.

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