sexta-feira, 28 de setembro de 2012

«PRÍNCIPE DA BEIRA»



Navio de guerra português do século XVIII, considerado um exemplo notável da nossa arquitectura naval. Construído em Lisboa, no Arsenal da Marinha, e lançado à água no ano de 1774, o «Príncipe da Beira» estava apetrechado com 44 peças de artilharia. Infelizmente não pudemos aceder a dados referentes às dimensões desta nau (na terminologia portuguesa do tempo), nem a outros dados característicos deste belo navio setecentista. Parece que a única informação sobre o «Príncipe da Beira» (assim chamado em homenagem ao herdeiro da coroa de Portugal), é aquela que nos é fornecida visualmente pela belíssima maqueta existente do Museu de Marinha (Belém), fabricada nas oficinas dessa prestigiosa e prestimosa instituição; e que, todavia, é, tão somente e apenas, uma reconstituição executada na base de fotografias de um modelo que existiu na antiga Escola Naval e que foi destruído pelo incêndio que, em 1916, devastou aquele estabelecimento de ensino superior. Esta nau esteve nas carreiras do Oriente e do Brasil, onde cumpriu missões de soberania e para onde (e de onde) transportou passageiros e carga geral. Isto, num tempo em que a nossa marinha puramente mercante (não armada) quase que não existia. Segundo Celestino Soares, autor de «Quadros Navais», um dos comandantes deste belo e poderoso navio (que outras fontes dizem ter sido armado com 68 bocas de fogo e não com as 44 que acima referimos) era, de tal modo, temido pelos piratas do mar da China, que estes lhe deram o apodo de ‘o Tigre’ e se afastavam prudentemente do caminho do «Príncipe da Beira».

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