terça-feira, 11 de setembro de 2012

«DONA JANUÁRIA»



Brigue-escuna da armada imperial do Brasil. Foi construído num estaleiro naval do Pará, em 1820. Deslocava 200 toneladas e media 32 metros de comprimento fora a fora por 7 metros de boca. Este navio estava armado com uma quinzena de bocas de fogo e era servido por uma guarnição de 80 homens. O seu nome prestava homenagem à condessa de Áquila, uma das filhas de D. Pedro I. Em 1826 e 1827, o «Dona Januária» viu-se envolvido na chamada guerra Cisplatina -um desastre das armas brasileiras- contra as forças da Argentina e do Uruguai. Durante a batalha de Juncal –ocorrida a 8 e 9 de Fevereiro de 1827 no estuário do rio da Prata- a recém-fundada marinha de guerra brasileira foi completamente desbaratada pelas forças do almirante Guillermo Brown; que lhe afundou 15 navios (a integralidade da frota) sem sofrer perdas. Da esquadra brasileira só sobreviveu o «Dona Januária», que foi apresado pelos argentinos. O brigue-escuna do imperador D. Pedro foi integrado na marinha de guerra inimiga, onde passou a usar o nome de «Ocho de Febrero», em memória da data da sua captura. Já do lado das forças de Buenos Aires, este veleiro participou noutras acções contra o Brasil, nomeadamente em operações de corso ao largo das costas do Rio Grande do Sul. A armada brasileira recuperou o navio no dia 30 de Maio de 1828, aquando e um combate (sustentado contra a escuna «Bela Maria», comandada pelo 2º tenente Joaquim Marques Lisboa) que, dessa vez não correu de feição às armas argentinas. Em 1930 a sua mastreação foi modificada para patacho. Este navio foi desarmado e desactivado no Pará (onde havia sido construído) no ano de 1845.

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