quarta-feira, 16 de setembro de 2009
«SIRIUS»
Navio misto (vapor/vela) do século XIX, conhecido por ter batido um recorde de velocidade na travessia do Atlântico norte -entre Cork e Nova Iorque- em data do 22 de Abril de 1838. Curiosamente, esse recorde, fixado em 18 dias e 10 horas, foi batido logo no dia seguinte pelo «Great Western», outro navio de bandeira britânica. A proeza do «Sirius» ficou marcada por vários incidentes de precurso, especialmente pelo facto de (já na fase terminal da viagem) se terem esgotado as suas reservas de carvão, obrigando a sua tripulação a queimar algum equipamento combustível do próprio navio, para conseguir chegar, sem auxílio de velas, ao porto de destino. Este episódio grotesco foi ficcionado por Júlio Verne no seu livro «A Volta ao Mundo em 80 Dias». Depois do seu regresso à Europa, o «Sirius» não voltou a efectuar mais travessias intercontinentais, por ser considerado demasiado pequeno e vulnerável. O navio -que fora construído em Leith, na Escócia, pelo estaleiro Robert Menzies & Son- deslocava um pouco mais de 1 200 toneladas em plena carga e media 63 metros de comprimento por 7,90 metros de boca. Possuia uma máquina de 320 cavalos que accionava um par de rodas laterais.Os seus dois mastros envergavam pano latino, redondo e áurico. Estes meios de propulsão permitiam que o «Sirius» navegasse a uma velocidade de cruzeiro da ordem dos 6,7 nós. O navio tinha uma equipagem de 35 homens e podia transportar 60 passageiros e respectivas bagagens. A famosa viagem a Nova Iorque (realizada sem o auxílio do aparelho vélico) fez-se com as cores da companhia British & American Steam Navigation, embora o «Sirius» fosse propriedade da casa armadora Saint George Steam Packet Cº. Depois de ter servido durante uns 9 anos na carreira Cork-Londres, o navio perdeu-se -em Janeiro de 1847- na sequência de um encalhe ocorrido nos recifes de Ballycotton Bay.
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