quarta-feira, 15 de setembro de 2010
«C-3»
Submarino espanhol construído em 1929 pelos estaleiros da SECN, em Cartagena. Pertencia à designada classe ‘C’. Media 73,30 metros de comprimento por 6,30 metros de boca e deslocava (em imersão) 1 144 toneladas. A sua propulsão era asseguradas por 2 máquinas diesel e por 2 motores eléctricos. A velocidade máxima do «C-3» era de 16,5 nós à superfície e de 8,5 nós imergido. Podia mergulhar a uma profundidade máxima de 80 metros. Estava armado com 1 canhão de 75 mm e com 6 tubos lança-torpedos de 533 mm, quatro dos quais situados à vante. Foi a bordo deste submersível que se testou, pela primeira vez (em Setembro de 1931), o ‘ascensor submarino de Génova Torruela’, um dispositivo de salvamento que acabou por não ter tido sucesso, embora a armada espanhola o tenha integrado em todas as suas unidades submarinas das classes ‘C’ e ‘D’. Em 1935, o «C-3» realizou exercícios navais que o conduziram, com alguns dos seus congéneres da armada espanhola, a portos nacionais, mas também franceses, italianos, britânicos e africanos. Quando a guerra civil rebentou, em 1936, a equipagem do «C-3» optou por servir a República. E, em Julho desse mesmo ano, o seu comando recebeu a missão de integrar uma flotilha de submersíveis –colocada sob as ordens do capitão de fragata Francisco Guimerá- que deveria interceptar os navios dos franquistas que iriam tentar franquear (com tropas rebeldes provenientes do norte de África) o estreito de Gibraltar. O fiasco dessa operação ditou a prisão de Guimerá e de outros oficiais, entre os quais figurava o imediato do «C-3», todos eles considerados simpatizantes dos sublevados. O submersível cumpriu, depois, novas missões na zona do estreito, mas também no mar Cantábrico e noutras áreas do Mediterrâneo. Até que, no dia 12 de Dezembro de 1936, a poucas milhas de distância do porto de Málaga e quando navegava à superfície, este submarino da República foi traiçoeiramente torpedeado e afundado pelo «U-34», um seu congénere da marinha de guerra hitleriana. Dos 38 membros da sua guarnição apenas houve um sobrevivente. A sua carcaça, que jaz a 70 metros de profundidade, foi descoberta fortuitamente, em 1997, por um pescador desportivo. Franco tentou dissimular durante, muitos anos o drama do «C-3», ao pretender, cinicamente, que o navio e a sua tripulação haviam passado para o campo dos rebeldes. As famílias das vítimas, que foram perseguidas pelo regime do caudilho, reclamam agora responsabilidades à Alemanha, por se ter, ao tempo, imiscuído no conflito e assassinado cidadãos espanhóis sem declaração de guerra.
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