domingo, 22 de agosto de 2010

«COLBERT»


Assim baptizado em honra do industrioso ministro da marinha de Luís XIV, este cruzador de 10 600 toneladas foi construído no arsenal de Brest e lançado à água en 1956. Concebido para a luta antiaérea, o «Colbert» era um impressionante navio de 181 metros de comprimento por 20 metros de boca. O seu sistema propulsor desenvolvia 86 000 cv de potência e podia imprimir ao cruzador 32 nós de velocidade máxima. A sua guarnição contava 600 homens. O armamento principal do navio era constituído por 6 reparos duplos de 57 mm AA e por duas peças de 127 mm. Mais tarde, entre 1970 e 1972, aquando de um programa de modernização, o «Colbert» recebeu 2 rampas duplas para lançamento de mísseis ‘Masurca’ (mar-ar) e 4 dispositivos de disparo de mísseis ‘Exocet’. O «Colbert», que foi destacado para o mar Mediterrâneo e tinha a sua base em Toulon, executou missões de protecção antiaérea dos porta-aviões da armada francesa, de navio de comando (chegou a ser navio-almirante da esquadra do Mediterrâneo), humanitárias, etc. Esteve na evacuação de civis de Agadir (1960), em consequência do terramoto que devastou essa cidade marroquina e de Bizerta (1961), aquando dos distúrbios provocados pela independência da Tunísia. Também assegurou as funções de embaixador itinerante da República Francesa, fazendo visitas de cortesia a vários países. Nessa sua específica função, levou, em 1967, Charles De Gaulle em visita oficial ao Canadá e foi (com o chefe do estado) protagonista de um incidente diplomático que levou à expulsão do general desse país da América do norte. Foi o famoso caso do «Viva o Quebeque livre», lançado (por obscuras razões) para a multidão de canadianos francófonos que acolheram o general diante da câmara municipal da cidade de Montreal. Em 1988 o «Colbert» representou a França nas festas do bicentenário da Austrália. Depois de desactivado, em 1991, o cruzador esteve atracado num cais do porto de Bordéus, onde funcionou, durante treze anos, de 1993 a 2006. Actualmente, a sua carcaça enferrujada e despojada de tudo aquilo que fez o seu poderio, espera num recanto da ria de Landévennec (Bretanha) a oportunidade de ser desmantelada.

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