domingo, 22 de agosto de 2010
«CANOT IMPÉRIAL»
Sem verdadeiro nome de baptismo, esta embarcação de parada (similar às galeotas reais conservadas no nosso Museu de Marinha) é conhecida por esta designação, por ter sido utilizada por Napoleão I, imperador dos Franceses. Foi construído em segredo -e em apenas 21 dias- para servir de transporte a Napoleão e ao seu séquito na visita ao porto e arsenal de Antuérpia, iniciada a 30 de Abril de 1810. O 'canot impérial' assegurou, durante vários dias, o transporte do autoproclamado soberano entre o navio-almirante «Charlemagne» e os diferentes pontos da sua visita. Os planos deste elegante bergantim com 17,21 m de comprimento por 3,35 m de boca, servido por 28 remeiros, foram estabelecidos pelo engenheiro Guillemard e a sua construção foi executada sob a supervisão do mestre carpinteiro normando Théau (de Granville); as belíssimas esculturas que ornamentam o casco e a camarinha são obra do artista flamengo Van Petersen; que se excedeu na decoração da proa, de onde sobressai uma impressionante estátua em talha dourada de Neptuno. Em 1814, a galeota foi expedida para Brest, onde se procederam aos acabamentos ornamentais. Em 1858 esta embarcação serviu de transpote a Napoleão III e à imperatriz Eugénia, na sua visita a este porto de guerra. O 'canot impérial' esteve ali esquecido durante muitos anos e sobreviveu, quase milagrosamente, aos violentos bombardeamentos da aviação aliada durante o segundo conflito generalizado. Em Maio de 1943, com a autorização e a protecção dos ocupantes nazis, a embarcação foi transportada para Paris, onde deveria enriquecer o espólio do Museu de Marinha local. Mas, porque foi necessário demolir uma parede do edifício (palácio Chaillot) para permitir a passagem do 'canot', este só aí foi exposto em Agosto de 1945, depois da libertação da cidade. O 'canot impérial' é, sem dúvida, a peça mais espectacular exibida por aquela instituição.
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