sexta-feira, 25 de maio de 2012

«NUESTRA SEÑORA DE LA CONCEPCIÓN»


Conhecido pelo nome mais prosaico de «Cagafuego», este galeão espanhol do século XVI deslocava (segundo as parcas informações disponíveis) umas 120 toneladas. Esteve nas esquadras do Atlântico, transportando os tesouros do Peru, depois destes terem sido transbordados dos navios do Pacífico e terem atravessado o istmo de Panamá com o concurso de récuas de mulas. Passou, mais tarde, para o oceano descoberto e baptizado por Magalhães, onde, no dia 1º de Março de 1559 foi atacado e pilhado (nas imediações de Esmeraldas, no actual Equador) pelo famoso corsário inglês Francis Drake. Isto, depois desta figura ímpar das armadas isabelinas ter saqueado a praça de Callao, onde terá obtido informações sobre o paradeiro do «Nuestra Señora de la Concepción» e sobre as riquezas (sobretudo constituídas por prata e pedrarias) que ele transportava para Panamá. Diz-se que esse tesouro do galeão espanhol era de tal maneira importante, que levou seis dias a ser transferido para os bojos do «Golden Hind» (o navio de Drake) e de dois mercantes apresados pelo destemido aventureiro. Diz ainda a tradição (fundamentada nos relatos da viagem de Drake) que, depois da captura do galeão espanhol, o capitão inglês ofereceu um jantar de gala aos oficiais vencidos e ofereceu, a cada um deles, prendas de valor provenientes do saque do seu próprio navio. Depois disso, Francis Drake fez-se à vela para Inglaterra, chegando a Plymouth no dia 26 de Setembro de 1580. Calcula-se que o tesouro do «Cagafuego» valesse, em moeda actual, para cima de 12 milhões de libras. A rainha Isabel I recebeu, naturalmente, o seu quinhão e, agradecida, ofereceu a Drake um título de nobreza. Do «Nuestra Señora de la Concepción» (cujas características físicas se desconhecem) ficou a memória de ter sido uma das mais sumptuosas presas jamais feitas pelos ‘vagabundos do oceano’.

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