sexta-feira, 18 de maio de 2012

«NOVOS MARES»


Navio bacalhoeiro português. Foi construído em 1938 pelos estaleiros de Manuel Maria Bolais Mónica na Gafanha da Nazaré. Fez parte da frota da empresa Testa & Cunhas, Lda, com sede em Aveiro. Este navio de quatro mastros, com casco em madeira, media 43,68 metros de comprimento por 10,41 metros de boca e apresentava uma arqueação bruta de 434 t. Podia receber no seu bojo 8 511 quintais de pescado salgado. Realizou a sua primeira campanha de pesca longínqua (mares da Terra Nova e da Groenlândia) sob as ordens do capitão ilhavense Manuel Simões da Barbeira e sem o motor que o equiparia posteriormente. Durante uma das suas viagens aos Grandes Bancos, o «Novos Mares» e respectiva tripulação recolheram os náufragos do navio «São Jorge», vítima de incêndio (que o devastou e fez soçobrar) nos mares da Terra Nova. Desactivado -enquanto bacalhoeiro- depois dos acontecimentos do 25 de Abril de 1974, este navio foi vendido, sucessivamente à Cooperativa de Produção da Ria de Aveiro (em 1977), à Sociedade de Pesca Alavarium (em 1980) e, finalmente, à Brites, Vaz & Irmãos. Em 1986, com a proveta idade de 48 anos de serviço, o «Novos Mares» foi radiado da lista da nossa frota pesqueira por despacho emitido pela Secretaria de Estado das Pescas. Entidade que aceitou a responsabilidade de o transformar em museu, mas que nunca concretizou tão louvável projecto. Depois de ter encalhado num baixio da ria de Aveiro, no ano de 1992, este bacalhoeiro de tão nobres tradições foi desaparecendo aos poucos. Os restos da sua carcaça foram desmantelados em 1994, recuperando-se, no entanto, o seu guincho que, agora, equipa o restaurado «Santa Maria Manuela». Um pesqueiro moderno homónimo foi lançado ao mar em 1958.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Caro Amigo, belo trabalho! Mas no caso do "Novos Mares", convém dizer em abono da verdade, que os acontecimentos que posteriores a 1958 referem-se todos ao "Novos Mares" (II), que foi construído após o desaparecimento do (I). Nem faria sentido coexistirem dois navios da mesma empresa com o mesmo nome, muito menos com o mesmo número de alvará (A-564-N).

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