terça-feira, 29 de maio de 2012
«BARTOLOMEU DIAS»
Primeiro navio da Armada Portuguesa a usar a propulsão a vapor. Era um navio de três mastros (aparelhados em galera) e com o casco em madeira. A sua máquina horizontal de baixa pressão desenvolvia uma potência de 1 100 hp. A sua velocidade de cruzeiro situava-se nos 10 nós. Estava armada, à vante, com uma arma rotativa (rodízio) e com 16 outras peças de artilharia clássica. Tinha uma guarnição de 300 homens. O «Bartolomeu Dias» (navio que, de início, se destinava à marinha mercante britânica) foi adquirido em Inglaterra por recomendação do conde de Penha Firme (o almirante George Rose Sartorius, antigo comandante das forças navais de D. Pedro IV). Construído no estaleiro Green (nas imediações de Londres), foi lançado à água em Janeiro de 1858 e esteve operacional, na marinha de guerra portuguesa, até ao ano de 1905. Visto o contexto de paz relativa do tempo, esta corveta mista limitou-se a cumprir (quase só) missões de natureza diplomática, sendo a sua viagem mais conhecida aquela que efectuou a Itália para de lá trazer a princesa D.Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, futura esposa do rei D. Pedro V. A corveta «Bartolomeu Dias» foi comandada pelo infante D. Luís, que recebeu a bordo (no regresso de uma das viagens do navio) a infausta notícia da morte de seu real irmão e a sua subsequente ascensão ao trono de Portugal. No decorrer da sua longa carreira, este navio fez parte de uma divisão naval enviada ao Brasil, em 1864, aquando da guerra do Paraguai. Isto com o intuito de ali acautelar (segundo a fórmula consagrada) os interesses lusos. Encontrava-se em Angola em 1905, em missão de soberania, quando ali foi definitivamente considerada obsoleta e voluntariamente incendiada.
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