sábado, 19 de maio de 2012
«MAGELLAN»
Paquete da frota da Compagnie des Messageries Maritimes (sedeada em Marselha) construído, em 1897, nos estaleiros franceses de La Ciotat. Chamou-se «Indus», durante os anos que navegou na linha do Extremo Oriente. Em 1903 trocou o seu nome para «Magellan» (homenagem ao navegador luso Fernão de Magalhães) e passou a assegurar viagens entre Bordéus e Buenos Aires, com escalas intermediárias em Lisboa, Dacar, Rio de Janeiro e Santos. O navio permaneceu nesse trajecto do Atlântico sul durante nove anos, sem que nenhum incidente digno de menção tenha ensombrado o seu trabalho e a tranquilidade dos seus passageiros. Parece que o fim das viagens do «Magellan» para o Brasil e para a Argentina ocorreu por pressões dos respectivos governos, que quiseram, assim, beneficiar alguns concorrentes do seu armador. Abandonado o Atlântico, o navio francês voltou à sua linha inicial, passando a servir a longínqua Ásia, via canal de Suez. Mobilizado em 1914, no início da Grande Guerra, este navio (que conservou o seu segundo e último designativo) passou a assegurar o serviço de correio com o Extremo Oriente e a cumprir missões de transporte de tropas e de material bélico.Foi nessas circunstâncias que o «Magellan» participou na expedição ao estreito de Dardanelos, na Turquia. No dia 11 de Dezembro de 1916, quando regressava da China e já se encontrava a navegar no Mediterrâneo (ao largo da ilha de Pentellaria), o paquete foi atingido por dois torpedos disparados do submarino germânico «U 63». O afundamento lento do navio permitiu que dois navios de guerra amigos (o britânico «Cyclamen» e o francês «Sagaie») pudessem salvar a maioria dos seus tripulantes e passageiros. Ainda assim, houve a lamentar a morte e 36 pessoas. O «Magellan» era um navio com 6 357 toneladas de arqueação bruta e com 136 metros de comprimento por 15 metros de boca. A sua velocidade de cruzeiro ultrapassava os 17 nós. Podia receber 1 037 passageiros distribuídos por três classes distintas.
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