sábado, 19 de maio de 2012
«MUIRON»
Esta fragata francesa, de 44 canhões, tornou-se célebre por ter transportado Napoleão Bonaparte de regresso a França, depois da campanha do Egipto. O navio (que ainda se encontrava em fase de acabamentos) foi apresado pelos Franceses, quando o general corso investiu, com as suas tropas, o arsenal de Veneza em finais de 1796. Pressionado pela frota britânica, que o esperava no Mediterrâneo, Napoleão confiou o comando do «Muiron» ao capitão-de-mar-e-guerra Delarue de la Gréardière, um marinheiro competente, que conseguiu iludir a vigilância da ‘Royal Navy’ e atingir, sem novidade, o porto francês de Fréjus. Desde então, o futuro imperador tomou-se de amores por este navio, chegando ao ponto de escrever uma insólita carta ao ministro da marinha do tempo, dizendo-lhe isto : «Desejo que a fragata ‘Muiron’, que me trouxe do Egipto, seja guardada como um monumento e protegida de maneira a que seja possível conservá-la vários séculos…». Bonaparte mandou, também, executar uma magnífica maqueta do navio para o seu gabinete de trabalho, objecto que faz parte, hoje, do espólio do Museu de Marinha de Paris. Conservada durante algum tempo (na verdade até à perda do poder pelo seu protector) no arsenal de Toulon, o verdadeiro navio desapareceu, em ano indeterminado, na sequência de um incêndio provocado por um raio. Isto, depois de ter sido utililizada, em 1801, na batalha naval de Algeciras. Curiosidade : o nome desta fragata foi-lhe dado por Napoleão, que quis, dessa forma, homenagear o coronel Jean-Baptiste Muiron, um dos seus ajudantes-de-campo, que, para o proteger, havia sacrificado a sua própria vida, aquando da batalha da Ponte de Arcole, que se desenrolou contra os Austríacos durante a campanha de Itália.
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